Jorge Jesus, o mais titulado treinador da história do Benfica, com 10 troféus, regressa à Luz como vice-campeão mundial de futebol e a ‘áurea’ de ‘salvador’, cinco anos depois de uma saída conflituosa, para o rival Sporting.
Após seis épocas (2009/10 e 2014/15) ao comando dos ‘encarnados’, que conduziu a três títulos nacionais e duas finais da Liga Europa, perdidas para Chelsea e Sevilha, Jesus saiu a mal, face à opção de trocar os ‘encarnados’ pelo eterno rival.
Alegando tratar-se da vontade do pai, que lhe teria pedido para treinar o Sporting poucos dias antes e morrer, o técnico mudou de lado na Segunda Circular e colocou em ‘rebuliço’ o futebol português, numa ‘guerra’ que se estendeu por toda a época 2015/16.
O Benfica acabaria a ‘rir’, com a conquista do campeonato, mas, durante muitos meses, Jesus deu várias ‘lições’ aos ‘encarnados’, a começar logo pela estreia ao comando dos ‘verde e brancos’, coroada com um 1-0 no Algarve e a conquista da Supertaça.
Depois, venceu por impactantes 3-0 na Luz, para o campeonato, e ainda eliminou o Benfica da Taça de Portugal, com um 2-1 em Alvalade, após prolongamento, antes de ‘tombar’ em casa, por 1-0, vítima de um golo de Mitroglou, decisivo nas contas da I Liga.
Com a conquista do título, a ‘dor’ dos benfiquistas diluiu-se e as duas épocas seguintes de Jorge Jesus em Alvalade já foram bem menos ‘picantes’, até porque o Sporting não conseguiu manter o nível, sendo terceiro nos campeonatos de 2016/17 e 2017/18.
O tempo também reaproximou Jesus do presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, e, em 23 de fevereiro de 2018, as duas partes encerraram mesmo em tribunal um conflito que mantinham em aberto por alegados incumprimentos contratuais.
Entretanto, e em conflito aberto com o então líder do Sporting Bruno de Carvalho, o técnico decidiu rumar pela primeira vez ao estrangeiro, mais precisamente para os sauditas do Al Hilal e, desde aí, o seu nome jamais deixou de ser apontado à Luz.
A cada mau resultado, a cada título perdido, a cada momento de contestação ao treinador em funções, lá surgia o ‘fantasma’ de Jorge Jesus, com o qual teve de aprender a viver Rui Vitória durante toda a sua carreira no Benfica, e, depois, Bruno Lage.
Mas, do Al Hilal, numa passagem de curta duração, o técnico luso rumou ao Flamengo e, no Rio de Janeiro, viveu pouco mais de um ano muito intenso, em que conquistou quase tudo.
A vitória na Taça Libertadores, arrebatada na final com um 2-1 ao River Plate, selado com um ‘bis’ do ex-benfiquista Gabriel Barbosa quase sobre o final, foi o ‘ex-líbris’ do seu trajeto no ‘Fla’, certificando a equipa como a melhor da América do Sul.
Jesus ainda sonhou com o título Mundial, mas esse foi-lhe negado por um ‘grande’ Liverpool, embora só no prolongamento, decidido com um tento brasileiro, de Roberto Firmino, aos 99 minutos. Não ficou muito longe.
O técnico luso não conquistou o Mundo, mas consagrou-se o ‘rei’ sul-americano e brasileiro, o ‘mister’, ao vencer de forma avassaladora o ‘Brasileirão’ e, também sem dificuldades, já em 2020, as duas Supertaças e ainda dois ‘canecos’ estaduais.
Apesar dos seis troféus, Jesus não resistiu ao apelo de Vieira para regressar ao Benfica, pelo que conquistou, além de três campeonatos, cinco edições da Taça da Liga, uma Taça de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira.
O triunfo na I Liga 2020/21, depois de perdido um título de 2019/20 que parecia na mão, face aos sete pontos de avanço após 19 jornadas, será o grande objetivo da época, mas o primeiro passará pela qualificação para a fase de grupos da ‘Champions’.
Face ao segundo lugar no campeonato, o Benfica entre na terceira pré-eliminatória, que será disputada em apenas uma mão, em 15 ou 16 de setembro. Para se juntar aos melhores, terá de passar esta eliminatória e ainda o ‘play-off’.