A investigação sobre uma espécie de salamandra com cerca de 200 milhões de anos, encontrada em 2015 por paleontólogos em Salir, concelho de Loulé, vai ser aprofundada com novas escavações, anunciou a Câmara Municipal.
As primeiras escavações realizadas em 2015 com cerca de quatro metros quadrados revelaram fósseis desta espécie de anfíbio, nomeada “metopossaurus algarvensis”, até então desconhecida e descrita pelos paleontólogos como salamandra gigante.
Algumas têm dois metros de comprimento e terão habitado lagos e rios há cerca de 200 milhões de anos.
A continuação da investigação foi ontem formalizada num protocolo assinado pela autarquia, pela Fundação António Aleixo e pela Universidade Nova de Lisboa através da Faculdade de Ciência e Tecnologia.
O protocolo insere-se “numa visão estratégica de longo prazo que temos para o município, apostando no património como um dos eixos de desenvolvimento sustentado”, referiu o presidente da Câmara de Loulé, Vítor Aleixo.
A autarquia algarvia vai apoiar as escavações e as bolsas de mestrado e doutoramento dos investigadores envolvidos que vão procurar novos fósseis.
“Esta descoberta é um exemplo de um achado de uma época da qual conhecemos muito pouco em Portugal, o [período] Triásico, há cerca de 200 milhões de anos, altura em que viveram alguns dos primeiros dinossauros”, observou o paleontólogo Octávio Mateus.
O estudo, já publicado no Journal of Vetebrate Paleontology, explica que a maioria deste tipo de grandes anfíbios foi exterminada durante uma extinção em massa que ocorreu há cerca de 201 milhões de anos.
(Agência Lusa)