Colocar o sal de Castro Marim à mesa de novas dezenas de restaurantes nacionais e internacionais é um dos principais objetivos da candidatura “Patrimónios de Castro Marim: Valorização e Promoção de Produtores Locais e Produtos Endógenos”, comparticipada pelo PO CRESC 2020, projeto PADRE, apoiada por Portugal e União Europeia, cofinanciada a 70% pelo FEDER.
A Câmara Municipal, numa aposta firme na promoção e valorização do sal e flor de sal tradicional, concretizou algumas candidaturas, já aprovadas, no âmbito do PO CRESC ALGARVE 2020 e do MAR 2020.
As ações de valorização do sal e da flor de sal de Castro Marim passam pela iniciativa “Sal de Castro Marim à Mesa dos Restaurantes”, pela realização de uma Feira do Sal, em época alta, por uma Rota Gastronómica, mas também por estimular a comercialização através da realização de Business Trips internacionais
“Estas são ações que nos permitem realçar as qualidades globais dos produtos tradicionais, potenciando o desenvolvimento destas atividades e o aumento das cadeias de distribuição. Ao nível da comercialização, as business trips permitem que se encetem novos laços e canais de distribuição internacionais, bem como a visita a mercados análogos para assimilar conceitos e ideias de negócio afetas aos recursos em questão”, declara sobre a candidatura a vice-presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Filomena Sintra.
Os Dias do Sal
Por outro lado, com um caráter mais documental e patrimonial, a autarquia desenvolveu a candidatura “Salineiro – Uma profissão”, apoiada no âmbito do programa MAR2020, cofinanciada a 85% pelo FEAMP. Daqui nasceu o documentário “Os Dias do Sal”, apresentado publicamente este verão e que nos revela de uma forma muito autêntica a identidade castromarinense, profundamente ligada à exploração do sal, e que vai muito além da explanação da atividade salineira, procurando descortinar o sal que há nas vidas de quem entrega a vida ao sal.
A autarquia tem ainda, desde janeiro de 2013 e cedidos pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, o edifício da Casa do Sal e uma salina destina à valorização e promoção da atividade salícola, cuja exploração é realizada numa vertente predominantemente pedagógica relacionada ao sal, flor de sal, atividade salineira e profissão de salineiro. Aqui, as iniciativas são desenvolvidas pela empresa municipal Novbaesuris, no âmbito do contrato-programa com a câmara municipal, cuja exploração para fins educacionais e financiada pela mesma.
Fiel e rigorosa recuperação da Casa do Sal
Em relação à Casa do Sal, agora com 4 anos, propriedade do ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, I.P.) que se encontra cedida ao Município de Castro Marim ao abrigo de um protocolo. A obra de requalificação levada a cabo pela câmara municipal permitiu que o edifício tivesse sido valorizado através de uma fiel e rigorosa recuperação com materiais e técnicas tradicionalmente características da região, cujo projeto de execução foi realizado no âmbito do projeto “Sal do Atlântico” Interreg III B, Arco Atlântico e a obra co-financiada pelo projeto PROMAR. Este equipamento cultural é um polo dinamizador da cultura e da valorização e promoção da salinicultura tradicional, com diversas áreas funcionais, tendo como objetivo promover atividades sociais, culturais e recreativas. É, sobretudo, um espaço que se pretende dinâmico e próximo da comunidade.
Vem aí a Denominação de Origem Protegida
Ainda no âmbito da promoção do sal tradicional, a Câmara Municipal de Castro Marim contribuiu para agregar a documentação necessária para a construção do dossier de candidatura à DOP (Denominação de Origem Protegida), assessorada tecnicamente por entidades externas, estando o término do processo em vias ser submetidos por um agrupamento de produtores.
Ainda segundo a autarquia, “outras orientações existem para o setor, designadamente ao nível da cerificação em termos biológicos e da criação de apoios a micro empresas no polo incubador. Na certeza de que depende de uma forte e sólida dinâmica empresarial, o município trabalha no sentido da afirmação do sal como marca territorial, destacando-o nos seus projetos e planos de divulgação”.