Todos os anos o cenário se repete de forma mais ou menos acentuada em grande medida devido ao tempo frio e chuvoso e à chegada da época de pico da gripe e das doenças respiratórias, as chamadas ‘doenças típicas de Inverno’.
O Inverno chegou a 21 de Dezembro e com ele aumentam os casos de constipação, gripe, bronquite e pneumonia, doenças que levam milhares de portugueses às urgências hospitalares para procurar ajuda médica que muitas vezes pode ser dada por outras vias, nomeadamente pelos serviços de primeira linha do Serviço Nacional de Saúde (SNS) como são os Centros de Saúde ou a linha Saúde 24.
Muito embora casos hajam em que o recurso às urgências são a solução perante a dificuldade de recurso em tempo útil aos serviços de primeira linha do SNS, a verdade é que o caos nas urgências não trazem nada de bom a quem a estes serviços recorre, assim a Direcção-Geral de Saúde (DGS) lançou um a campanha de esclarecimento nacional sobre os procedimentos a adoptar nos casos mais comuns de afecções respiratórias.
Antes de mais, fale com quem sabe
Antes de tudo, a recomendação da DGS é clara: “não corra para as urgências”, uma vez que “as urgências hospitalares são locais de grande afluência e concentração de pessoas, o que aumenta as probabilidades de contágio de pessoas não doentes e, mesmo, de agravamento de situações menos urgentes”.
Ligue primeiro para a Linha Saúde 24 – 808 24 24 24 e do outro lado desta linha de atendimento estarão profissionais de saúde qualificados que fazem a triagem do seu estado de saúde, informando e aconselhando sobre os cuidados mais adequados e encaminhando para os serviços de saúde sempre que necessário”.
Quando não for suficiente para ficar descansado, que serviços estão disponíveis no Algarve sem marcação de consulta antecipada?
Além da Linha Saúde 24 pode recorrer aos serviços de saúde junto dos centros de saúde e, no caso do Algarve, o POSTAL dá-lhe as alternativas e horários das consultas do dia / consultas abertas (sem marcação) de acordo com a informação da Administração Regional de Saúde:
ACES Barlavento [Aljezur, Lagoa, Lagos, Monchique, Portimão, Silves e Vila do Bispo]:
Aljezur (2.ª a 6.ª feira das 8.30 às 17.30 horas)
Lagoa (todos os dias das 14 às 20 horas)
Lagos (2.ª a 6.ª feira das 9 às 18 horas)
Monchique (2.ª a 6.ª feira das 12 às 18 horas e aos fins-de-semana, feriados das 8.30 às 14.30 horas)
Portimão (todos os dias das 8h às 20h)
Silves (todos os dias das 8 às 20 horas)
Vila do Bispo (2.ª a 6.ª feira das 9 às 13 e das 14 às 17 horas)
ACES Central [Albufeira, Faro, Loulé, Olhão e São Brás de Alportel]:
Albufeira (dias úteis das 8 às 20 horas)
Faro (dias úteis das 8 às 20 e aos fins-de-semana e feriados das 9 às 18 horas)
Loulé (dias úteis das 8 às 20 horas)
Olhão (dias úteis das 8 às 20 horas e aos fins-de-semana e feriados das 9 às 18 horas)
São Brás de Alportel (dias úteis das 8 às 20 horas e aos fins-de-semana e feriados das 9 às 15 horas)
ACES Sotavento [Alcoutim e Tavira]:
Alcoutim (sábados das 9 às 16 horas)
Tavira (dias úteis das 15 às 20 horas, aos fins-de-semana das 9 às 18 horas)
A resposta das urgências básicas
Além das consultas sem marcação nos centros de saúde a região disponibiliza quatro serviços de Urgência Básica [a funcionar nos centros de saúde locais] com os seguintes horários:
Serviço de Urgência Básica (SUB) de Albufeira (todos os dias – 24 horas)
Serviço de Urgência Básica (SUB) de Loulé (todos os dias – 24 horas)
Serviço de Urgência Básica (SUB) de Lagos (todos os dias – 24 horas)
Serviço de Urgência Básica (SUB) de Vila Real de Santo António (todos os dias – 24 horas)
Finalmente as urgências hospitalares
Se o caso for verdadeiramente grave e urgente então sim recorra aos serviços de urgência dos hospitais, que funcionam 24 sobre 24 horas em Faro e Portimão nos respectivos hospitais.
Saber mais sobre a gripe e outras infecções respiratórias
De acordo com a campanha lançada nos últimos dias da semana passada “quando chega o Inverno, é provável que também cheguem as doenças respiratórias”, que “parecem todas iguais, mas não são”.
“Parecem iguais porque partilham sintomas, como espirros, olhos lacrimejantes, nariz a pingar ou entupido, irritação na garganta, mal-estar geral. Mas não são, porque, apesar desses sintomas comuns, têm um impacto diferente sobre a saúde: a constipação, por exemplo, é a face mais leve das chamadas doenças de Inverno; já a gripe pode complicar-se e evoluir para uma doença mais grave, como a pneumonia”, por isso a DGS alerta:
Constipação ou gripe?
Quer a constipação, quer a gripe “são infecções causadas por um vírus, mas o vírus é diferente, a constipação surge de forma gradual; a gripe é súbita; os sintomas da constipação limitam-se às vias respiratórias superiores: nariz entupido, olhos húmidos, irritação na garganta, dor de cabeça, enquanto os sintomas da gripe incluem febre e dores no corpo”.
“A gripe é, geralmente, uma doença de curta duração e de evolução benigna, com recuperação completa numa a duas semanas. Mas, em pessoas já fragilizadas, a recuperação pode ser mais longa e pode existir o risco de complicações: pode, por exemplo, evoluir para uma pneumonia e requerer hospitalização do doente”, refere a DGS.
Evitar a contaminação pela gripe, como?
“Na gripe o vírus é transmitido através de partículas de saliva infectadas, expelidas através da tosse e dos espirros. Mas o contágio também pode ser directo, isto é, através das mãos: é que uma pessoa doente facilmente leva as mãos aos olhos, à boca ou ao nariz, podendo, ao tocar noutra pessoa, passar o vírus.
O vírus da gripe é altamente contagioso, o que o torna mais agressivo do que outros vírus causadores de doenças respiratórias. Assim, recomenda o organismo do Ministério da Saúde: evite estar perto de pessoas doentes; lave frequentemente as mãos, com água e sabonete; em alternativa, use toalhetes descartáveis; use lenços descartáveis e apenas uma vez e proteja a boca com um lenço ou com o antebraço sempre que espirrar, nunca com as mãos.
Não tome nem dê a tomar antibióticos
Porque a gripe é uma doença viral, esclarece a DGS, e os antibióticos foram desenvolvidos para tratar doenças causadas por bactérias não tome antibióticos porque não são eficazes no “combate” a vírus. Isto é, não melhoram os sintomas nem aceleram a cura.