Mais de cem mil ementas foram servidas na quarta edição da Rota do Petisco, que ontem terminou, em três concelhos do Algarve, para promover a gastronomia tradicional, contribuindo para enriquecer a oferta turística da região.
Organizado pela associação Teia D’Impulsos, o certame, que começou a 5 de Setembro, superou as expectativas dos organizadores ao ultrapassar as cem mil ementas consumidas em 2013.
“Ainda não temos os números exactos, mas sabemos que já foram ultrapassados os do ano passado, dado que ao fim de duas semanas já tínhamos cerca de 75 mil ementas vendidas. Tudo indica que a iniciativa voltou a ter enorme sucesso”, disse à Lusa o presidente da associação Teia D’Impulsos, Nuno Vieira.
Na edição deste ano, que se estendeu de Portimão a Lagoa e Silves, 124 estabelecimentos de restauração apresentaram a modalidade “petisco”, composta por um pequeno prato e uma bebida ao preço de 2,50 euros, convidando os participantes a degustarem a gastronomia algarvia, atraídos pelos cheiros e sabores ao viajarem pelas ruas e vielas.
Evento de referência no calendário gastronómico
Segundo Nuno Vieira, o evento, que começou “com um tiro no escuro, assume já um importante lugar no calendário cultural gastronómico e cultural da mais importante região turística do país”.
“Há quatro anos era um conceito novo no Algarve, mas tem vindo a despertar o interesse dos empresários, originando que a edição de 2014 fosse estendida a outros dois concelhos, tomando já uma dimensão bastante significativa”, destacou.
O responsável revelou que “o êxito do certame já tem eco para além do Algarve” e que “há outras regiões do país que já manifestaram interesse em adoptar a ‘rota’”.
De acordo com Nuno Vieira, este ano foram introduzidas algumas novidades, como “um menu para os mais pequenos, a rota das mercearias e do comércio tradicional”. A organização considera que o evento “passou a fazer parte, quase obrigatório, do roteiro dos residentes e turistas ao longo de cinco semanas, com início em Setembro”.
Para o empresário Júlio Ribeiro, que participa desde a primeira edição, a Rota do Petisco “tem sido um impulsionador na divulgação da gastronomia e ao mesmo tempo na promoção do comércio”.
“Todos os comerciantes retiram proveito, não em termos lucrativos mas em termos de visibilidade, e estamos todos satisfeitos com a dinâmica do evento”, sublinhou o dono do restaurante Forte e Feio, que apresenta como ementa papinhas de berbigão com sardinha albardada.
“Tem sido um saldo muito positivo e temos de agradecer a toda uma organização de jovens emprenhados em divulgar a cidade e a gastronomia com este evento num formato bem pensado e equilibrado, proporcionando várias opções para degustação”, destacou.
Segundo os responsáveis do restaurante Bacalhoada, a iniciativa contribuiu para um aumento substancial do volume de negócios, chegando a ultrapassar as 500 ementas diárias.
“Tivemos dias em que servimos mais de 500 ‘rotas’, o que traduz a importância do evento”, disseram Sónia Saavedra e Thai, colaboradoras do estabelecimento, onde se pôde degustar a bolinha de bacalhau.
A Rota do Petisco tem também uma vertente social, já que a verba conseguida com venda do ‘passaporte’, documento que permite a participação no evento e custa um euro, é entregue a instituições de solidariedade social do Algarve.
(Agência Lusa)