A cidade de Tavira enfrenta novamente a ameaça de inundações devido ao possível transbordo do Rio Gilão. As imagens recentes capturadas em vários vídeos mostram a força colossal das águas provenientes da serra, indicando um aumento significativo do caudal do rio. EM ATUALIZAÇÃO.
Segundo fonte oficiosa da Proteção Civil, admitiu-se inicialmente a possibilidade de haver o transbordo das águas do Rio Gilão se o volume de água se mantivesse até ao início desta tarde, coincidente com a chegada da preia-mar às 14:29. Posteriormente, em contacto com o responsável da Proteção Civil Miguel Silva, o POSTAL foi informado que os níveis já estão a descer o suficiente para não haver uma forte inundação na baixa de Tavira. Pelo que, num breve balanço feito às 11:10 por Miguel Silva ao POSTAL, não é expectável que com a preia-mar no início desta tarde, este fenómeno possa resultar na inundação da baixa da cidade, causando transtornos aos moradores e comerciantes locais.
Embora seja um cenário possível a água do Rio Gilão sair das suas margens, até ao momento, “não se prevê que a situação possa vir a ter a gravidade semelhante à ocorrida em 3 de dezembro de 1989, cujo transbordo foi provocado por um entupimento da Ponte Romana, causado por um contentor que fez a água transbordar violentemente do rio. Os sistemas de alerta não estão a indicar riscos de inundação, porque a água que vem da serra está perder caudal e deverá manter-se a perder até ao pico da maré alta”, disse Miguel Silva.
Relembrando as cheias de 1989
Em 3 de dezembro de 1989, Tavira viveu um dos episódios mais marcantes da sua história recente. As chuvas intensas que se abateram sobre a região serrana provocaram uma enxurrada que desceu em direção à cidade, aumentando drasticamente o nível das águas do Rio Gilão.
A força das águas foi tão devastadora que barcos foram arremessados para terra e viaturas arrastadas para o leito do rio. As infraestruturas locais sofreram danos significativos, com várias habitações e estabelecimentos comerciais inundados. A população foi apanhada de surpresa, e os serviços de emergência tiveram dificuldade em responder prontamente devido à magnitude do desastre.
As cheias de 1989 serviram como um alerta para a necessidade de implementar medidas preventivas e sistemas de alerta precoce. Desde então, foram realizados esforços para melhorar a gestão dos recursos hídricos e a capacidade de resposta a situações de emergência.
Medidas de precaução atuais
Perante a situação atual, as autoridades locais já ativaram os planos de contingência. A Proteção Civil está em alerta máximo, monitorizando continuamente o nível das águas e a evolução das condições meteorológicas. Recomenda-se à população que evite deslocações desnecessárias nas zonas ribeirinhas e que esteja atenta às comunicações oficiais.
Os comerciantes da baixa de Tavira poderão ter que proteger os seus estabelecimentos, instalando barreiras e removendo bens das áreas mais suscetíveis a inundações. A colaboração entre a comunidade e as autoridades é crucial para minimizar os impactos potenciais.
Apelo à população
As entidades competentes apelam ao senso comum e à vigilância por parte de todos os residentes. Em caso de emergência, devem contactar imediatamente os serviços de proteção e socorro. É importante não subestimar a força da natureza e estar preparado para agir rapidamente.
O Postal do Algarve continuará a acompanhar de perto esta situação, fornecendo atualizações à medida que novas informações se tornem disponíveis. A segurança da comunidade é a nossa prioridade, e incentivamos todos a manterem-se informados e a seguirem as orientações das autoridades.
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