Ricardo Luz, do Restaurante Bom Bon, em Carvoeiro, no concelho de Lagoa, venceu o 30.º concurso Chefe Cozinheiro do Ano, cuja fase final decorreu ontem na Alfândega do Porto com a participação de seis concorrentes.
Os seis finalistas tinham de cozinhar uma entrada, um prato de peixe, outro de carne, um tradicional de tacho e uma sobremesa, indicou a organização deste evento, as Edições do Gosto, em comunicado enviado à agência Lusa.
O vencedor impôs-se com Caldeirada de Bacalhau com Ravioli de Sames e Língua, Salmone e seus Fígados, Ervilhas e Milhos Fermentados, Presa de Porco, Rabo, Nabo e Couve, Arroz de Cherne e Gamba da Costa e Sericaia de Morangos e Poejos.
“O Ricardo teve uma prova mais regular. Dos seis finalistas, foi aquele com maior consistência do início ao fim da prova e o que mais se destacou no sabor, na técnica e no desempenho profissional Não há um prato nos cinco que destaque porque todos seguiram um nível superior e coerente”, disse o presidente do júri, António Bóia.
Bruno Ribeiro, de 33 anos, subchefe do 1300 Taberna, de Lisboa, e João Pedro Santos, de 39 anos, subchefe do The Yeatman, em Vila Nova de Gaia, ficaram em segundo e terceiro lugar, respetivamente.
O júri atribuiu ainda o Premio Helmut Ziebell a António Queiroz Pinto, de 26 anos, do Restaurante Tormes, em Baião, pela sua sobremesa Fatia do Freixo, Gelado de Queijo de Cabra e Pêra Bêbada.
Este último prémio é entregue desde que o Chefe Cozinheiro do Ano foi lançado, em 1990, e visa destacar o prato mais inovador do concurso.
António Bóia frisou que António Queiroz Pinto demonstrou uma “capacidade de transformar um doce de romaria e de feira numa sobremesa que poderia ser servida em qualquer restaurante de luxo do mundo, devido à sua perfeita harmonização com o queijo de cabra e a pêra”.
O Concurso Chefe Cozinheiro do Ano foi criado em 1990
Criado em 1990, “o Chefe Cozinheiro do Ano funciona como uma montra da cozinha e gastronomia portuguesas” e a entidade organizadora acrescenta que é o “único concurso de chefes” que se realiza em Portugal e “um dos mais antigos da Europa”.
Ao longo de 30 anos, passaram por este concurso nacional muitos cozinheiros, como concorrentes e ou jurados, e o evento tornou-se numa forma tanto de conhecerem o trabalho dos seus pares como de serem avaliados por estes.
“Três décadas depois, o desafio mantém-se. O Chefe Cozinheiro do Ano quer continuar a ser um espelho dos tempos. Ganhá-lo é valorização de um trabalho e um grande destaque interno, junto dos colegas, e externo, para o público em geral”, disse o diretor das Edições do Gosto, Paulo Amado.
Na lista de vencedores do concurso constam profissionais consagrados, como Vítor Matos (2003), Henrique Sá Pessoa (2005), João Rodrigues (2007) e António Loureiro (2014), todos eles já membros do restrito clube dos chefes de cozinha portugueses distinguidos com estrelas Michelin. O primeiro vencedor foi Fausto Airoldi.
O concurso começou em fevereiro, atraiu perto de uma centena de chefes cozinheiros e este ano foi a primeira vez cuja fase final decorreu no Porto.