No espaço de uma semana, o Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens (RIAS) acolheu duas aves que foram alvo de tentativa de abate a tiro: um milhafre e um açor.
O milhafre-preto (Milvus migrans) foi encontrado em Salir e transportado até ao RIAS pela equipa SEPNA/GNR de Loulé.
“Para além de duas fraturas antigas, a equipa veterinária encontrou três projéteis de caçadeira (dois no cúbito esquerdo e um no costado direito), que não puderam ser extraídos por razões médicas”, explica o centro de recuperação.
“Atualmente já se encontra numa instalação exterior com cerca de 50 metros, onde irá recuperar a condição física, realizando fisioterapia diariamente, e onde lhe será fornecido alimento adequado”, acrescenta.
O açor (Accipiter gentilis) foi encontrado por sapadores florestais, na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim.
Durante o exame físico, foi possível observar “uma fratura exposta no metacarpo direito. Suspeitando de tiro, a equipa veterinária realizou um exame radiológico, onde se observaram de facto três projéteis no corpo da ave”.
Pelo ferimento estimou-se que “tivesse sido atingido cerca de cinco dias anteriores ao seu ingresso, o que terá causado a debilidade extrema em que se encontrava, e infelizmente conduzindo à sua morte”.
O RIAS relembra que “o abate a tiro é um crime contra a natureza e que estas são espécies protegidas pelo Decreto Lei 49/2005”.