A Câmara de Portimão fez saber, em nota de imprensa remetida às redacções, que o Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM) adjudicou, em Dezembro passado, um estudo ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) para a avaliação do projeto de desenvolvimento do Porto de Portimão, que visa responder ao aumento das dimensões dos navios de cruzeiros e da crescente procura desta escala.
O estudo vai avaliar os efeitos espectáveis na hidrodinâmica do estuário do rio Arade e nas infra-estruturas marginais, com a implementação de um canal de navegação com 250 metros de largura útil, ao invés dos actuais 150 metros.
O objectivo passa, também, por aprofundar o canal, passando dos atuais oito metros ZH (zero hidrográfico) para os 10 metros ZH, bem como, alargar a bacia de rotação frente ao cais comercial, dos atuais 300 metros para os 500 metros de diâmetro.
Este estudo deve estar pronto em Junho, habilitando assim as autoridades portuárias para a prossecução dos referidos projetos de investimento, que permitam o crescimento sustentado das escalas e do número de passageiros no porto, que poderá chegar às 250 mil pessoas por ano, através da recepção de navios com capacidade superior a 2. 500 passageiros.
Cais de acostagem dependente da Marina de Ferragudo
O chefe de Gabinete do autarca Manuel da Luz, Pedro Poucochinho, mostra-se esperançado que a adjudicação do estudo possa marcar uma viragem na premente necessidade de investir nas infra-estruturas do Porto de Portimão que, diz, “até agora tem sido algo esquecido”.
Ao POSTAL Pedro Poucochinho recorda que os “portos de Lisboa, Leixões, Açores e Madeira receberam grandes investimentos para melhorarem a resposta aos navios de cruzeiro” e é sabido que em Lisboa, mas também no Porto, o Governo manifestou intenção de vir a realizar avultados investimentos nos portos.
Contudo, o estudo encomendado ao LNEC aborda apenas uma parte da questão, nomeadamente no que se refere ao canal de acesso e à bacia de manobras, ficando por resolver o necessário alargamento do cais de acostagem.
O facto desta obra estar dependente da construção da Marina de Ferragudo, cuja autorização prevê como contrapartida que o mesmo investidor realize os trabalhos de prolongamento do cais em 400 metros, leva a que o desenvolvimento do porto não apresente sinais de grande evolução.