As remessas dos emigrantes chegadas a Portugal através das transferências feitas pelos portugueses espalhados pelo mundo cresceram 9,7% em 2013 face a 2012, revelam os dados publicados hoje pelo Banco de Portugal (BdP).
Em termos absolutos as remessas atingiram no ano passado mais de 3.015 milhões de euros (Me).
Na análise dos dados de 2013, pode verificar-se que as remessas com origem na União Europeia somaram 1.693 Me, com a França à cabeça dos países de origem do dinheiro dos emigrantes, com perto de 895 Me. De resto, da Alemanha chegaram 197 Me, de Espanha 156,6 Me, do Reino Unido 156,2 Me e do Luxemburgo 86 Me.
No resto do mundo os destaques vão para os emigrantes suíços, que enviaram para Portugal 738 Me e dos Estados Unidos da América, com 140 milhões de euros.
Maior valor desde 2002
Os dados de série estatística disponibilizados pelo portal Pordata, da Fundação Manuel dos Santos, revelam que desde 2002 que Portugal não recebia em remessas de emigrantes um valor acima dos três mil milhões de euros.
Desde 1975 o ano com maior volume de remessas de estrangeiros foi 2001, com 3.737 Me, seguido de 2000, com 3.458 Me e de 1993, com 3.352 milhões de euros. (VER)
Entretanto os dados relativos a Janeiro de 2014 permitem já uma comparação com os do mesmo mês de 2013. De acordo com o BdP na análise comparativa entre os dois primeiros meses de cada ano, em 2014 o aumento da entrada de remessas de emigrantes mantém-se, registando um acréscimo de 1,2% face ao ano anterior.
Visão do Governo
De acordo com a Agência Lusa, o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, defendeu hoje que o aumento das remessas dos emigrantes em 2013 traduz “confiança no país” por parte das comunidades e também está relacionado com o crescimento da emigração na última década.
Este aumento “traduz confiança no país por parte das comunidades e também um grande sentido de solidariedade para com o país, com os familiares que cá têm e com os portugueses em geral”, disse à Lusa José Cesário.