O Reino Unido manteve-se em 2019 o principal mercado emissor de turistas para Portugal, representando 19,2% das dormidas de estrangeiros, e tem vindo a registar sucessivos crescimentos desde 2013, apenas interrompidos em 2018, divulgou hoje o INE.
“Entre 2013 e 2019, este mercado apresentou um aumento de 51,2% no número de hóspedes e de 32,2% no número de dormidas. Neste período, as dormidas do mercado britânico apresentaram sucessivos crescimentos, com exceção do ano 2018, em que se registou um decréscimo de 5,4%”, refere o Instituto Nacional de Estatística (INE) numa análise ao comportamento do mercado britânico na atividade turística em Portugal ao longo dos últimos sete anos, atendendo à concretização do ‘Brexit’ em 31 de janeiro passado.
No ano passado, o Reino Unido representou 19,2% das dormidas de não residentes em 2019 (19,6% no ano precedente) – em 2013 chegou a atingir um peso de 23,4% -, tendo os hóspedes britânicos ascendido a 2,1 milhões (+5,9%) e as dormidas a 9,4 milhões (+1,5%), voltando a apresentar evoluções positivas depois de em 2018 terem registado decréscimos (-2,7% e -5,4%, respetivamente).
Os destinos preferenciais dos hóspedes britânicos foram o Algarve (63,4% das dormidas do mercado), a Madeira (18,5%) e a Área Metropolitana de Lisboa (10,8%).
Segundo o INE, no Algarve as dormidas de britânicos representaram 37,3% do total das dormidas de não residentes na região (37,0% em 2018) e foram o mercado “mais significativo”, enquanto na Madeira 26,6% das dormidas de não residentes foram de hóspedes do Reino Unido (27,3% no ano anterior).
Em 2019, o mercado britânico registou aumentos em todas as regiões de Portugal, com exceção da Madeira (-7,5%), destacando-se o crescimento registado no Norte (+19,2%), seguido da Área Metropolitana de Lisboa (+5,7%).
Os dados do INE apontam que, no último ano, a hotelaria concentrou 91,9% das dormidas de britânicos, com destaque para as tipologias de hotéis (48,1%) e hotéis-apartamentos (21,3%), seguida pelo alojamento local (7,2%) e o turismo no espaço rural e de habitação (0,9%).
“Nos hotéis, a procura centrou-se nas unidades de cinco e quatro estrelas (37,0% e 50,1%, respetivamente), enquanto na tipologia de hotéis-apartamentos sobressaíram particularmente as unidades de quatro estrelas (67,4%)”, nota.
Em 2019, o terceiro trimestre concentrou 35,2% das dormidas anuais de britânicos, seguindo-se o segundo trimestre (peso relativo de 31,3%), o quarto trimestre (19,3%) e o primeiro trimestre (14,2%).
O rácio entre os meses com maior e com menor procura foi de 3,4 (3,7 em 2018), conclui o INE.