Esta coisa da anunciada “regionalização”, é uma fraude. E não é para levar a sério, a menos que se pense que o poder central dos partidos estão numa onda de generosidade e de mãos largas. Chamemos-lhe então, negócio de mercadores de favores políticos.
Esta “regionalização” de Costa e Rio, negociada por baixo da mesa, faz lembrar em toda a sua linha, o mapa das regiões do bonacheirão António Guterres e do seu companheiro Marcelo. Amigos de catequese e de primeira comunhão, um fez campanha contra, farto de saber que a proposta do outro era apresentada para ser chumbada.
Guterres que não se tinha saído muito bem do negócio do queijo limiano, avançou então com a criação de uma região quase por cada aldeia. De tanta fartura, o povo desconfiou, não caiu no logro, e não se deu sequer ao trabalho de ir votar!
Desta vez, Costa e Rio são mais comedidos. À proposta maximalista de Guterres, apresentam um plano minimalista, assente, basicamente, na ideia de eleição dos presidentes e vice-presidentes das CCDR. Poderia até ser uma ideia interessante se contemplasse, após discussão pública, os poderes, competências e atribuições correspondentes . E, sobretudo, se fixasse as regras em matérias de autonomia política e administrativa no que respeita ao planeamento e ordenamento do território, finanças, orçamento e investimentos regionais. E se o voto universal fosse uma garantia e não ficasse apenas circunscrito a um colégio eleitoral de compadres políticos!
Sem isso, trata-se de uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma. Não parece que se distinga muito do que é hoje a AMAL. Uma inutilidade. Que pouco mais representa que um centro de emprego para políticos inativos ou em fim de linha.
Curioso, é escutar o silêncio ruidoso dos patrões do Pé da Cruz e de S. Luis. Que graça, assistir sentado, a estes “rapazes” inconsequentes que no sul perdem o norte! Que falam por tudo e por nada pelos cotovelos, e que neste caso, nada têm para dizer.
Afinal, o rei vai nu, não por estarmos no pino do verão, mas simplesmente, porque este vazio de ideias é o que mais lhes enche a alma e a sabedoria. Ou, por taticismo, guardam de Conrado, o prudente silêncio!
Armando Feliciano Chaves Ferrão
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