Foi Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve, quem fez a abertura da apresentação do plano de marketing estratégico da região para o próximo triénio, 2015-2018.
Um presidente do Turismo visivelmente satisfeito com os resultados atingidos pelo sector este ano que se cifraram em mais de 16 milhões de dormidas, um recorde que – como o Postal avançou em primeira mão em Outubro – já se esperava e que demonstra a recuperação do sector depois da crise mundial iniciada em 2008.
Desidério Silva tem razões de sobra para estar optimista com os resultados que mantêm o Algarve no topo do sector turístico nacional e a crescer 11,2% em dormidas, 13,9% em proveitos totais, 5% em voltas de golfe, no apuramento dos primeiros 11 meses de 2014, e 3,1% em passageiros chegados a Faro via aeroporto, no total de 2014.
Só em proveitos totais o sector no Algarve gerou, oficialmente, mais de 680 milhões de euros para a economia nacional, um facto que o responsável pelo turismo na região saberá fazer pender a seu favor na difícil tarefa de puxar receitas para a promoção da região e do destino.
O plano de Marketing
A cargo de João Fernandes a apresentação do plano de marketing estratégico da Região de Turismo não tem novidades de monta.
Apostam-se nos destinos tradicionais, Europa e Canadá, querem-se mais ligações a aeroportos que sejam hubs capazes de garantir à região turistas de diferentes origens e quer-se reforçar o esforço de promoção em mercados tradicionais tendo como base nichos de mercado onde o potencial de crescimento é maior que o Sol & Mar e que estão há muito identificados.
Em suma não se mexe em estratégia vencedora e, queira-se ou não, o Turismo do Algarve tem provas dadas neste caminho, com uma subida consistente dos resultados espelhada no crescimento contínuo de dormidas entre 2009 a 2014.
Golfe, turismo de natureza, turismo de negócios , de saúde, touring e gastronomia e vinhos são nichos em que aposta se reforça. O Sol & Mar é e será o grande senhor do sector regional e os mercados onde a Região de Turismo pode promover o Algarve (Portugal e Espanha) serão as prioridades.
Já a promoção noutros mercados emissores tem de ter como parceira a Associação de Turismo do Algarve onde Desidério Silva aposta na sua posição de vice-presidente para poder reforçar o investimento estratégico de acordo com os interesses da Região de Turismo.
Quanto às ameaças, não vingaram pelo menos até agora as vozes dos velhos do restelo que anteviam a quebra do turismo regional com a estabilização de mercados concorrentes com circunstâncias políticas e sociais adversas.
É verdade que nalguns daqueles concorrentes nem tudo se pacificou, mas menos verdade não é que a acalmia não teve efeitos visíveis nos resultados obtidos no Algarve.
O financiamento
Em tempo de cortes Desidério Silva não sabe se terá muito menos dinheiro, face a uma situação já agora de esforço da estrutura da Região de Turismo para se manter acima da linha de água.
Os cortes iniciais do orçamento podem agravar-se haja necessidade do ponto de vista do Governo e o congelamento de verbas é sempre um perigo.
Para ajudar a colmatar as falhas do orçamento ditado pelo Turismo de Portugal e pelo pulso de ferro de Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças, Desidério Silva espera que os escassos fundos europeus destinados ao Algarve – quando comparados com outras regiões do país – consigam acomodar algumas das iniciativas do plano de marketing aliviando a pressão sobre o orçamento directo da Região de Turismo ou sendo mesmo a única forma de garantir que as iniciativas ali previstas verão a luz do dia.
O presidente do Turismo do Algarve é claro em explicar que está “muito atento” à abertura dos programas de financiamento, que na região tarda em se efectivar.
Entretanto a entidade responsável pelo turismo regional está ainda de olho nos fundos da dotação exclusiva da própria União Europeia onde param milhões à espera de quem tenha vontade e saber para os agarrar.
Importante é que projectos como o reforço da marca Algarve, um dos que precisa de financiamento adicional, não parem por falta de fundos e Desidério Silva sempre vai dizendo que no que respeita a 2015, o dinheiro para sustentar o plano de marketing está garantido