A associação ambientalista Almargem alertou esta terça-feira para a existência de algumas centenas de peixes mortos numa lagoa que secou parcialmente junto a Quarteira, criticando as autoridades por inacção naquele espaço.
A situação foi reportada no domingo à associação Almargem, que esta terça-feira lançou um comunicado a alertar para a situação, na lagoa da Foz do Almargem, perto de Quarteira.
O comando de Faro da GNR esteve no local e confirmou à agência Lusa que “algumas centenas de peixes” estavam mortos devido à redução significativa do nível de água da lagoa.
Segundo João Santos, da direcção da associação ambientalista, a morte de peixes nesta lagoa acontece “quase todos os anos”.
A lagoa é normalmente alimentada pela água das chuvas e por água salgada, através da abertura “de uma barra”, feita de forma irregular, que permite a ligação ao mar, explanou.
Ao longo dos anos, a associação tem vindo a reportar a situação às diferentes autoridades responsáveis e “nada é feito”, criticou, considerando que deveria ser encontrada uma solução para garantir um abastecimento de água doce da lagoa.
Para João Santos, dever-se-ia avançar com um projecto de recuperação e gestão de habitats naquele local, de modo a garantir uma maior diversidade da fauna existente, tornando aquele espaço num polo de atracção natural.
O presidente da Câmara de Loulé, Vítor Aleixo, afirmou à agência Lusa que a autarquia não pode intervir no local, sendo que a gestão daquele território “é da responsabilidade da APA [Agência Portuguesa do Ambiente]”.
De acordo com o autarca, a seca da lagoa é um “processo recorrente”.
O município de Loulé informou que aguarda autorização do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas para remover os peixes mortos da lagoa.
Questionada pela Lusa, a APA referiu que teve conhecimento da situação esta terça-feira, ao final da manhã, presumindo-se que a morte dos peixes “se deve à elevada temperatura que as águas terão atingido, conjugado com o facto de a lagoa estar com um nível de água reduzido”.
A APA referiu ainda que “não se prevê nenhuma intervenção” da agência nesta lagoa, mas que a situação “será devidamente acompanhada”.
Também o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) publicou na segunda-feira, nas redes sociais, uma nota a chamar à atenção para a morte dos peixes, perto da praia do Almargem.
O comissário regional do PAN, Paulo Baptista, realçou que seria importante procurar garantir a protecção e valorização daquele pequeno ecossistema.
(Agência Lusa)