“A médio prazo, a partir de 2022, esperamos um crescimento e esperamos atingir os números que tínhamos [antes da pandemia da covid-19] em termos globais talvez em 2023”, salientou esta terça-feira Vítor Costa, presidente do Turismo da Região de Lisboa e diretor geral do Turismo de Lisboa.
Relativamente a este ano, segundo o responsável, o verão turístico em Lisboa deve melhorar em relação aos primeiros meses do ano, mas não é esperado “que seja um verão excecional”.
“A nossa expectativa e as opiniões que temos hoje – dos hoteleiros, nomeadamente – é que a partir de setembro talvez haja mais um pouco de crescimento. No verão vai haver já alguma coisa diferente, mas não irá haver nenhuma explosão. Não esperamos nenhuma explosão do turismo em Lisboa, embora esperemos que comece a haver essa dinâmica”, disse.
O presidente do Turismo da Região de Lisboa sublinhou que, devido às suas especificidades como destino urbano, “a recuperação vai ser mais lenta em Lisboa” do que na generalidade do país e que, “mesmo dentro de Lisboa, não é tudo igual”, porque nesta região também há zonas de praia “que têm outra lógica”.
Vítor Costa destacou ainda que é difícil fazer previsões sustentadas para Lisboa devido ao tipo de turista que procura a cidade, normalmente com reservas em cima da hora.
“Os nossos turistas ‘normais’ vêm passar dois, três dias, fins de semana. Já se verificava essa tendência, de cada vez as reservas serem mais em cima da hora, e agora, por causa das razões da insegurança que ainda existe sobre as medidas relativas à pandemia, essa tendência ainda é maior. Portanto, o que eu estou a dizer hoje em maio pode ser diferente em junho e julho”, realçou.
O responsável destacou ainda que a decisão do Governo britânico de abrir os aeroportos a viagens com Portugal foi muito importante para o conjunto do país e também tem peso em Lisboa, embora muito menor do que aquele que tem noutras regiões, nomeadamente no Algarve, onde o setor trabalha através de operadores que podem desde já adiantar o número de reservas que têm.
Por outro lado, salientou, há também problemas em mercados que lideraram o turismo que busca Lisboa, como o brasileiro, que foi o primeiro em termos de dormidas em 2019 e que, sobretudo devido à pandemia, “este ano vai ser irrelevante”, podendo ter algum impacto já no próximo.
Outros segmentos específicos importantes para Lisboa, como o dos congressos, estão parados, tendo sido “muita coisa marcada”, mas adiada para este ano e “muitas já estão a ser adiadas para 2022″ por causa da pandemia.
Contudo, Vítor Costa destacou que estas expectativas dependem da resolução de “algumas situações”, nomeadamente a preservação do tecido empresarial, de um trabalho de dinamização da procura de mercados e da garantia da sustentabilidade aérea com qualidade.
O responsável destacou que não podem acontecer situações de alguma “incapacidade no aeroporto durante a pandemia” para gerir situações como a chegada de voos ao mesmo tempo, tendo em conta que as novas exigências sanitárias provocaram aglomeração de pessoas que demoraram a entrar no país.