A Associação Oncológica do Algarve (AOA) tem agora a percorrer o Algarve um equipamento inovador e de última geração para o rastreio do cancro da mama. A tecnologia utilizada que permite criar imagens 3D é única no país em termos de rastreios móveis e é a mais recente unidade de mamografia com tomossíntese de Portugal.
A nova unidade móvel tem uma tecnologia moderna e é, segundo Maria de Lurdes dos Santos Pereira, presidente da associação, “a primeira unidade móvel com tomossíntese no país. Este equipamento com imagem tomossíntese é o primeiro a ser aplicado no rastreio do cancro da mama em Portugal e o primeiro a ser utilizado na totalidade de uma região, neste caso, o Algarve”. A presidente da associação disse ao POSTAL que “todas as mulheres da região algarvia, elegíveis para o rastreio, vão beneficiar do mesmo método de exame”, mostrando-se confiante com o novo equipamento. As expectativas são elevadas e Maria de Lurdes acredita que “no futuro se vão poder fazer estudos comparativos com outros equipamentos do género no resto do país e até mesmo na Europa”.
O investimento da renovação total dos equipamentos para o rastreio do cancro da mama rondou os 500 mil euros e entre os doadores privados para este equipamento estão os clubes rotários do Algarve Almancil International, Estoi Palace International, Faro, Lagoa International, Olhão, Lagos, Loulé, Porches, Praia da Rocha, Silves e Tavira, bem como o Distrito 1960 Portugal, o Clube Rotaract de Quarteira, o Wolf Valley Charaty Fund, o Center Algarve Ladies Luncheon Group e o Four Seasons Country Club.
Equipamento recolhe imagens em 3D com menor radiação
Adquirido pela Associação Oncológica, através de concurso público, o novo equipamento permite um melhor diagnóstico, utilizando menor radiação em benefício da mulher.
Os equipamentos anteriores trabalhavam com imagens digitais e com maior radiação sendo que, em certas circunstâncias, a pressão realizada provocava desconforto em algumas mulheres.
Através de um braço móvel, que se desloca aproximadamente 15 graus, o aparelho permite recolher entre 60 a 80 imagens diferentes, em diferentes posições, uma grande diferença quando comparado com os equipamentos anteriores que permitiam apenas recolher quatro imagens (cima, baixo e laterais).
As imagens a três dimensões (3D) obtidas no exame facilitam também o diagnóstico no que respeita a mamas com maior densidade. Maria de Lurdes recorda que “quando a associação adquiriu a máquina anterior, há cerca de 12 anos, o equipamento também era de topo, mas o tempo passa, a tecnologia avança e é necessário acompanhar esse avanço”.
A presidente da associação admite que inicialmente as mulheres faltavam muito ao exame porque não conheciam nem sabiam como funcionava “mas agora que começaram a perceber os benefícios do exame, é raro faltarem”.
Novo equipamento está a funcionar há cerca de dois meses
A nova unidade de rastreio de cancro da mama começou a funcionar há cerca de dois meses no Centro de Saúde de Albufeira, dando continuidade à parceria que é responsável pelo rastreio na região e que une a AOA, a ARS do Algarve e o Centro Hospitalar Universitário do Algarve.
Em Albufeira, onde se encontra neste momento, o POSTAL pôde testemunhar a elevada adesão das mulheres ao rastreio, estando prevista a deslocação do equipamento para Silves, em meados do próximo mês. A unidade móvel conta com quatro médicos e seis técnicos a trabalhar no processo de recolha e análise das imagens.
Apesar de ainda ser cedo para fazer estudos, com apenas dois meses de utilização do novo equipamento Maria de Lurdes revela que os resultados já “mostram uma melhoria significativa no diagnóstico precoce, relativamente ao trabalho realizado com o equipamento anterior”.
É importante referir que todos os dados recolhidos nos exames são encaminhados para a Administração Regional de Saúde do Algarve, que depois dá o seguimento necessário a todos os casos.
Associação promove outros projectos para apoiar os doentes oncológicos
Actualmente, o Algarve encontra-se bem dotado de equipamentos para apoiar os doentes oncológicos, tanto a nível nacional como a nível europeu. Além da nova unidade móvel de rastreio da mama, a AOA tem outros projectos e equipamentos para apoiar os utentes. A Unidade de Radioterapia do Algarve foi a primeira a sul do Tejo (hoje em dia existe também em Évora e Setúbal) e realiza actualmente mais de 19 mil tratamentos por ano.
Desde o início do ano que a unidade está dotada de um acelerador linear, de última geração, para tratamento de radiooncologia, colocando o Algarve ao mesmo nível de qualidade de tratamento de cancro, “ou talvez melhor porque este é o equipamento mais recente”, do que em Lisboa ou no Porto, locais onde se encontram também aceleradores lineares de última geração.
Para angariar fundos e continuar a realizar o trabalho que tem vindo a ser feito até então, a Associação Oncológica do Algarve vai realizar no dia 8 de Outubro mais uma edição da ‘MamaMaratona’, em Portimão. A angariação de fundos reverte a favor do doente oncológico e das suas famílias mais próximas e por isso as expectativas são elevadas e a organização pretende aumentar o número de inscrições e ultrapassar os seis mil participantes. “Tem sido, e esperamos que continue a ser, o maior evento de cariz social a sul do Tejo”.
Residência temporária para pacientes de radioterapia espera financiamento
Maria de Lurdes referiu ainda a ‘Casa Flor das Dunas’, uma residência temporária para os doentes que necessitem de realizar tratamento por radiações. O município de Faro já doou um terreno, próximo da Unidade de Radioterapia do Algarve, em Faro, mas ainda não há acesso a fundos comunitários para realização deste tipo de construção. “A Associação Oncológica do Algarve tem feito esforços para tentar ultrapassar a situação e eventualmente encontrar um parceiro que ajude a concretizar o projecto”.
Os interessados em mais informações podem consultar o site da Associação Oncológica do Algarve (www.aoa.pt) ou a página de facebook https://www.facebook.com/AOAlgarve/.
(Cátia Marcelino / Henrique Dias Freire)