A rota turística e cultural “Caminhos da Cal e do Barro” está em desenvolvimento no âmbito no Algarve do “Projecto Querença” e vai ser lançada no início de 2015.
Segundo disse à Lusa a responsável pela rota Susana Calado Martins, a par do projecto empresarial, esta rota usa a cal e o barro, enquanto elementos naturais e tradicionais do interior do Algarve, como pretexto para conhecer o território e entendê-lo em termos físicos e naturais assim como as pessoas que nele vivem e viveram e as actividades que nele se têm desenvolvido.
Actualmente, está a decorrer a segunda edição do “Projecto Querença” – que adopta o nome daquela freguesia do concelho de Loulé – lançado em 2011 para combater o despovoamento do interior algarvio, dar nova dinâmica à economia local e permitir que jovens criem novos produtos e empresas.
A rota vai ser apresentada no sábado e no domingo durante o seminário “A Cal e o Barro como produtos culturais e turísticos” que vai decorrer no auditório da Fundação Manuel Viegas Guerreiro, em Querença.
O programa de sábado, 1 de Novembro, está preenchido com várias palestras, uma delas sobre a rota do Mármore do Anticlinal de Estremoz e outra sobre o Museo da Cal de Morón, localizado em Sevilha, Espanha.
Participantes aprendem a preparar a tinta de cal
No domingo, os participantes vão ter oportunidade de aprender a preparar a tinta de cal e a adicionar-lhe pigmentos naturais recolhidos a partir das rochas do território para obter as cores que eram tradicionalmente utilizadas na época em que a cal era o produto mais utilizado para pintar as casas.
Apesar de ter caído em desuso, a cal continua a fazer parte da memória dos mais antigos e Susana Calado Martins contou que algumas pessoas da aldeia lhe deram informações de como preparavam as tintas.
As propriedades desinfectantes da cal são por vezes comentadas pelas pessoas que a usavam.
“Há pessoas que dizem que antigamente caiavam as casas e tinham as paredes brancas e em condições e que quando começaram a usar as tintas as paredes começaram a ficar bolorentas, porque a tinta não deixa as paredes respirarem como a cal”, disse Susana Calado Martins.
(Agência Lusa)