Uma das regiões menos exploradas de Espanha está a atrair as atenções dos nómadas digitais com uma proposta inédita: 15 mil euros para quem estiver disposto a mudar-se para lá. O objetivo do governo regional é claro: dinamizar a economia local e fortalecer as comunidades através da atração de novos residentes que, trabalhando remotamente, possam contribuir para o desenvolvimento da região. Serão aceites até 200 candidaturas neste projeto-piloto, que promete transformar o panorama económico.
Esta iniciativa surge num contexto em que o trabalho remoto se tornou uma norma para muitos profissionais, especialmente no setor tecnológico. Com a pandemia a acelerar esta tendência, cidades como Lisboa e Porto têm visto um aumento significativo de nómadas digitais. No entanto, a Estremadura, localizada no sudoeste de Espanha, ainda não entrou no radar destes profissionais globais. É precisamente essa realidade que o governo regional pretende mudar.
Comparando com metrópoles como Madrid, o custo de vida na Estremadura é consideravelmente mais baixo, cerca de 30% inferior. Este diferencial é em grande parte impulsionado pelos preços acessíveis das habitações, um fator que torna a região particularmente atrativa para aqueles que procuram um estilo de vida mais sustentável e tranquilo. Contudo, a falta de infraestruturas de transporte público na região é um dos pontos fracos, algo que o governo admite mas que considera compensado pela excelente cobertura de fibra ótica e telefonia móvel, “acima da média nacional”, tornando a Estremadura um local ideal para quem vive do digital.
Para se candidatar a este incentivo, há alguns critérios específicos. Os interessados devem, em primeiro lugar, exercer a sua atividade profissional exclusivamente de forma remota e estar inseridos no setor tecnológico. Além disso, é necessário um compromisso de permanência na região por pelo menos dois anos. As candidaturas serão submetidas online através do Ponto de Acesso Eletrónico Geral da Estremadura. Os candidatos deverão apresentar um comprovativo de residência e uma declaração da entidade empregadora autorizando o trabalho remoto durante o período exigido. Para aqueles que são trabalhadores independentes, será necessário apresentar documentação que detalhe as condições em que exercerão a sua atividade na Estremadura.
Embora ainda não tenha sido anunciada uma data oficial para a abertura das candidaturas, prevê-se que o processo tenha início já em setembro. Após a submissão, os candidatos selecionados serão informados no prazo de três meses.
Esta iniciativa, que combina atratividade económica (poder receber 15 mil euros) com a possibilidade de viver numa das regiões mais autênticas e menos exploradas de Espanha, pode vir a ser um modelo para outras regiões europeias que enfrentam desafios semelhantes em termos de despovoamento e estagnação económica. A Estremadura, ao apostar nos nómadas digitais, não só procura revigorar a sua economia, como também se posiciona como um destino alternativo para aqueles que procuram fugir da agitação das grandes cidades e abraçar um estilo de vida mais equilibrado e conectado com a natureza.
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