É bem curioso encontrar referências em almanaques do princípio do século XX à importância do sol para a síntese da vitamina D na prevenção do raquitismo.
Uma exposição moderada, com conta, peso e medida, é reconfortante e traz imenso bem-estar. Uma exposição abusiva e indevida às radiações solares acarreta malefícios, pelo que é imperioso conhecê-los. Há uma máxima que devemos reter: a pele nunca esquece; o mesmo é dizer que toda e qualquer agressão, por mais pequena que seja, fica registada e soma-se a todas as posteriores. Vejamos como e porquê.
Nas estruturas que fazem parte da pele existem células que produzem uma substância designada por melanina. Consoante a maior ou menor quantidade de melanina produzida, assim é o tom de pele que cada um de nós apresenta. A luz solar é um estímulo para o aumento da produção da melanina. Uma das suas funções consiste na proteção do organismo contra a penetração das radiações solares ultravioletas. Mas essa proteção natural não é suficiente quando a exposição solar é intensa ou continuada.
A exposição solar deve ser gradual e regrada. Quem ainda tem a tentação de se expor horas ao sol nos primeiros dias de férias ou de idas à praia, por exemplo, arrisca-se a ficar com a “pele de lagosta”, trata-se de uma queimadura solar séria e significa que não houve uma necessária adequação na proteção solar. São estas exposições precipitadas, e repetidas, que favorecem o envelhecimento da pele e o cancro cutâneo.
Como agir corretamente? Tratar o sol com muito respeito, aprender a fazer uma exposição solar tonificante e saudável, saber escolher o protetor solar, fugir do calor em excesso que não dá descanso ao corpo. Diferentes questões que aqui se irão abordar, uma a uma. Tratar o sol com muito respeito é saber contrariar o golpe de calor e as queimaduras solares. Insista-se que a exposição solar com regras liberta as pessoas de pressões, deixa-as predispostas a revigorar as energias.
Exposição solar abusiva é igual a calor em excesso, perde-se água, às vezes esta perda passa despercebida, o organismo deixa de ter capacidade de regular a temperatura de forma adequada, arrisca-se o golpe de calor (o controlo da temperatura corporal deixa de funcionar corretamente porque o organismo deixa de produzir suor o que não permite que arrefeça), que se manifesta por alteração da temperatura corporal (em 10 a 15 min pode atingir os 39ºC). Podem surgir dores de cabeça, tonturas, pulso acelerado, pele vermelha, quente e seca. São mais sensíveis ao calor excessivo as crianças, os seniores e pessoas com determinadas doenças crónicas. Mas o chamado golpe de calor não acontece apenas por exposição solar na praia, pode ocorrer quando caminhamos na cidade ou no campo. A prevenção passa pelo recolhimento nas horas de calor mais intenso e pelas respostas preventivas adequadas: usar chapéu, beber muita água, utilizar proteção solar sempre que se expõe ao sol. Percebe-se, pois, que há que tratar o sol com muito respeito, vamos ver adiante por onde passa uma exposição solar tonificante e saudável.
O assunto é suficientemente sério para que o leitor não se esclareça, e é relativamente simples conversar com o seu médico de família ou pedir aconselhamento farmacêutico, este profissional de saúde está habilitado a esclarecer sobre a exposição solar e como ela pode ser uma verdadeira fonte de saúde, revigorante mesmo.
(continua)