Cerca de 70 elementos da PSP e da GNR estão desde as 06:00 desta quinta-feira em vigília junto ao aeroporto de Lisboa para mostrar a quem chega a Portugal o seu protesto por melhores condições salariais.
Em declarações à agência Lusa, o porta-voz da plataforma que congrega os sindicatos da PSP e GNR e presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia, Bruno Pereira, disse que esta vigília vai durar até à hora de almoço, é simbólica e visa chamar a atenção de quem visita Portugal para os problemas da polícia portuguesa.
“É muito importante a nossa presença aqui. Por um lado para dar a conhecer os nossos problemas e por outro para manter na ordem do dia o assunto para que o próximo Governo tome decisões”.
A plataforma exige um suplemento idêntico ao que foi atribuído à Polícia Judiciária.
A Plataforma que congrega sindicatos da PSP e associações da GNR promovem esta quinta-feira vigílias nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Ponta Delgada e Funchal, além do porto marítimo de Lisboa.
Bruno Pereira indicou que os policias e militares da GNR vão continuar os protestos por aquilo que consideram ser um “tratamento desigual e discriminatório”, após o Governo ter aprovado o suplemento de missão para a PJ.
Este responsável disse também à Lusa estar satisfeito por o problema estar a ser abordado nos debates entre candidatos às eleições legislativas de 10 de Março.
“Apesar de abordados de forma ténue, estão a ser abordados nos debates e isso é muito importante”, destacou.
Nesta vigília os policias e militares da GNR estão à civil e estão concentrados junto à zona das chegadas do aeroporto de Lisboa.
Alguns dos passageiros que chegaram hoje a Lisboa e que passaram junto à concentração disseram à Lusa que não se tinham apercebido tratar-se de um protesto de policias.
Maria Fonseca, que chegou a Lisboa vinda de Madrid, contou que foram as câmaras de televisão que chamaram a atenção.
“De facto vi este aglomerado de pessoas mas nao me apercebi que se tratava de um protesto de policias”, referiu, acrescentando: “Os policias fazem a segurança das pessoas, mas também têm direito a lutar por melhores condições de trabalho”.
Esta plataforma, que congrega sete sindicatos da Polícia de Segurança Pública e quatro associações da Guarda Nacional Republicana, tem ainda agendados, para a próxima segunda-feira, uma concentração na Praça do Comércio, em Lisboa, e, para o dia 02 de março, um encontro nacional de polícias da PSP e militares da GNR.
Os elementos da PSP e da GNR têm protagonizado vários protestos para exigir um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária, tendo a contestação começada há mais de um mês.
A maioria dos protestos tem sido convocada através de redes sociais, nomeadamente ‘WhatsApp’ e ‘Telegram’, tendo surgido o movimento inorgânico ‘movimento inop’ que não tem intervenção dos sindicatos, apesar de existir a plataforma criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança.
Nos últimos dias vários polícias da PSP e militares da GNR apresentaram baixas, o que levou ao cancelamento de jogos da I e II liga de futebol, apesar de a plataforma não assumir que sejam uma forma de protesto, tendo o ministro da Administração Interna determinado a abertura de um inquérito urgente à Inspeção Geral da Administração Interna sobre estas súbitas baixas.
Leia também: Protesto dos polícias da PSP em várias cidades do país