A atenção e a perceção das crianças são, por vezes, subestimadas. Embora pareçam ocupadas com brincadeiras, as crianças captam mais do que pensamos, assimilando conversas e atitudes que podem ter um impacto profundo na sua formação e no desenvolvimento da sua autoconfiança e bem-estar. Laura Markham, psicóloga clínica, partilhou com o HuffPost cinco temas que os adultos devem evitar discutir na presença dos mais pequenos.
1. Comentários sobre o corpo de outras pessoas
“Se virem adultos a serem críticos com os corpos, pode levar a problemas de autoestima e imagem corporal à medida que crescem”, afirma Markham. A psicóloga alerta que observações críticas sobre o corpo de terceiros, sejam conhecidos ou figuras públicas, podem moldar a maneira como as crianças percebem o valor de si mesmas e dos outros, resultando em inseguranças.
2. Críticas sobre o outro progenitor ou responsável
Quando se fazem comentários depreciativos sobre o pai, a mãe ou outra figura parental, as crianças sentem-se forçadas a tomar partido, o que “pode ser prejudicial à sua sensação de segurança”, nota a psicóloga. A criança é emocionalmente ligada a ambos os progenitores, e ser exposta a conflitos pode causar-lhe angústia e afetar o sentimento de proteção e segurança no lar.
3. Comparações entre irmãos
As comparações entre irmãos, mesmo que não intencionais, podem dar origem a uma competição indesejada. “Tais comparações podem gerar competição entre irmãos e levar a conflitos maiores”, explica Markham. Este tipo de observações pode facilmente criar ressentimento, reforçando rivalidades que afetam o ambiente familiar e a relação entre os irmãos.
4. Questões financeiras
Problemas e preocupações financeiras são outro tema a evitar. De acordo com Markham, “as crianças ainda não têm as ferramentas cognitivas para entender completamente as finanças dos adultos”. Discussões sobre dívidas, despesas ou inseguranças financeiras podem provocar ansiedade nas crianças, que muitas vezes são incapazes de compreender a complexidade da situação.
5. Comentários positivos sobre o consumo de álcool ou drogas
Referir-se de forma positiva ou até humorística ao consumo de álcool ou drogas pode despertar a curiosidade das crianças e “poderá ser a base para a curiosidade ou comportamentos de risco mais tarde”, alerta a psicóloga. Expor as crianças a uma visão tolerante ou despreocupada em relação ao consumo de substâncias pode influenciar a sua perceção e decisão futura quanto ao uso de álcool e drogas.
Proteger a inocência e o bem-estar das crianças
A influência dos adultos no desenvolvimento emocional e cognitivo das crianças é profunda. Aquilo que para os adultos são simples comentários ou desabafos pode, para os mais novos, significar muito mais, criando preocupações ou distorções no modo como encaram o mundo.
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