A ex-candidata derrotada do PSD à Câmara de Tavira, Elsa Cordeiro, é o nome proposto pelo governo socialista para vice-presidente de José Apolinário nas eleições para a CCDR, a realizar no próximo dia 13 de Outubro.
O arquitecto José Pacheco, que foi coordenador do grupo Polis para o Algarve e vereador de Apolinário na Câmara de Faro, é o segundo vice indicado pelo até agora ex-secretário de Estado das Pescas.
Este acordo entre as direções nacionais do PS e PSD está a causar algum mal estar entre os sociais democratas, decorrendo desde o passado dia 22 de setembro uma recolha de assinaturas, em boletim enviado pelo secretário geral do PSD, José Silvano, apelando ao voto na lista de Apolinário.
O POSTAL teve acesso, quer ao boletim de assinaturas quer a um documento interno procurando convencer os membros do PSD nos executivos camarários e assembleias municipais e nas juntas de freguesia, a subscrever o apoio ao candidato do PS para a CCDR no Algarve.
Trata-se de um pedido da direção nacional que os militantes regionais não estão a “engolir” com facilidade apesar da orientação geral ser de “obediência resignada” ainda que contrariada.
No documento que circula internamente diz-se mesmo: “Não escondo que o que me pediram para vos pedir me desagrada”, ou seja, adianta o texto “como testemunha de boa vontade, o nosso líder pede-nos a subscrição da candidatura de José Apolinário a Presidente”.
“Endosso-vos o pedido, dando nota que não gosto, mas farei o que me pedem”, mas o nosso voto é indispensável porque “em nome do pluralismo é importante não permitir que o órgão máximo da administração pública no Algarve seja dominado exclusivamente pelo PS”.
O documento sublinha ainda que “a gestão dos fundos comunitários e as questões do ordenamento do território, são temas demasiado graves e relevantes para o nosso futuro colectivo” e todos “ficaremos mais descansados sabendo que Elsa Cordeiro (PSD) estará na equipa”.
Importa referir que “no caso do Algarve, o PS não necessita dos nossos votos para eleger o Presidente e vice-Presidente”, uma vez que controla dez das 16 câmaras municipais, contra cinco do PSD e uma da CDU.
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