A Organização de Produtores Madre Fruta que agrega, neste momento, um total de 43 sócios, desenvolveu desde fevereiro um Plano de Contingência com medidas preventivas face à covid-19.
“Todas as quintas desenvolvem atividade no sector agroalimentar (produção de framboesas, amoras, morangos, mirtilos), pelo que, mesmo antes da existência de Plano de Contingência, já existiam rigorosas medidas de higiene e segurança alimentar”, disse ao POSTAL o sócio-gerente João Bento da organização de produtores algarvios, acrescentando que “a Madre Fruta é certificada pela norma de segurança e qualidade alimentar British Retail Consortium (BRC) e os seus produtores agrícolas são certificados pelo GLOBALG.A.P.”.
Segundo explica o responsável da Madre Fruta, “todos os sócios-produtores dispõem, nas suas instalações, de meios de prevenção para evitar o contágio, nomeadamente o álcool para desinfeção de mãos”.
“Diariamente, tem sido reforçada a formação aos colaboradores, no sentido de cumprimento rigoroso das medidas de higienização das mãos, não só através de informação oral, mas também pictogramas e informação escrita nas diversas línguas dos trabalhadores ao serviço”, salienta.
Sobre o distanciamento social, João Bento refere que “já existia, porque cada trabalhador colhe sozinho numa linha de plantas, sem a presença de outros trabalhadores na sua área de trabalho. Por outro lado, o carrinho onde é colocada a fruta também é de uso individual. Estes equipamentos de trabalho são desinfetados diariamente com produtos adequados à eliminação do novo coronavírus”.
“Desta forma, não existe contacto físico entre trabalhadores no contexto laboral. Também os riscos fora do trabalho têm sido minimizados, no sentido em que todos os trabalhadores foram alertados para ficar em isolamento social, após o período de trabalho. Pelo que, apenas se deslocam de casa para o trabalho, e vice-versa, evitando potenciais contactos externos com outras pessoas”.
Das várias medidas implementadas, os turnos de trabalho foram também alterados para diminuir a concentração de trabalhadores nos espaços de refeições e reforçada a higienização dos espaços.
A nível de transporte foi reduzido o número de trabalhadores por veículo evitando o perigo de contágio.
No caso de trabalhadores que residem com várias pessoas no mesmo alojamento, em particular de origem asiática, como vem sendo noticiado, os produtores Madre Fruta tomaram um cuidado especial: “as entidades empregadoras providenciam a entrega de bens alimentares e de higiene aos trabalhadores, evitando que estes se desloquem aos supermercados“.
Para além destas medidas, os produtores começaram em março a fazer o controlo de temperatura diário dos trabalhadores à chegada às quintas, e “em caso de algum tipo de sintomatologia é dada indicação para os trabalhadores ficarem em casa”. Nestas situações, caso residam com outros trabalhadores na mesma residência, “os trabalhadores sintomáticos ficam em espaço próprio para isolamento, disponibilizado pela entidade empregadora, para a sua própria recuperação e para evitar o contágio, até mesmo da gripe comum”.
Já no que respeita a pessoas externas às quintas, mas que é necessária a sua presença, como por exemplo, entrega de embalagens, reabastecimento de máquinas de água ou vending, equipas de limpeza e higienização de espaços, ou outras, “foram limitadas a um mínimo indispensável e são obrigadas a seguir rigorosamente as instruções sobre distanciamento social e higiene”.
As boas práticas têm garantido, até ao momento, que “não foram identificados quaisquer trabalhadores dos sócios-produtores Madre Fruta infetados com covid-19. Todos os trabalhadores agrícolas e de armazém mantêm-se ao serviço, para que a fruta possa chegar aos supermercados”.
De acordo com o estudo da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) e outras autoridades, não há evidências de que os alimentos ou embalagens de alimentos transmitam o novo coronavírus. “Mas, isso não diminui as preocupações sobre a produção e manipulação segura dos produtos ao nível da exploração agrícola, para proteger o produto e aqueles que plantam, cultivam, colhem e embalam. Neste sentido, todas as medidas de segurança têm sido tomadas para garantir a qualidade e segurança alimentar dos produtos Madre Fruta”, salienta João Bento.
A verdade é que, tal como recomenda a DGS, deve aumentar-se o consumo de fruta fresca e vegetais, apostando na compra de produtos locais e regionais. E, neste âmbito, a Madre Fruta garante que toda a produção comercializada é totalmente de origem algarvia.
Por isso, compre o que é nosso!
——————–
“ALIMENTE QUEM O ALIMENTA”
O Ministério da Agricultura lançou esta campanha e pede a todas e a todos que colaborem neste desafio e ajudem a alimentar este projeto.
Já sabemos que, caso seja possível, todos devemos ficar em casa, mas um dos motivos que nos poderá obrigar a sair será a compra de bens essenciais.
Por isso, nesse momento, lembre-se: quando a necessidade de sair à rua chegar, procure sempre os produtos locais e ajude a nossa Agricultura.
Por si, por todos nós, pela nossa saúde, pelo nosso país.