Os seis clubes do Campeonato de Portugal que pretendiam disputar os ‘play-offs’ de acesso à II Liga exigiram hoje nova reunião e uma tomada de posição do presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes.
“Importa notar os gravíssimos problemas criados com a decisão de não realização do ‘play-off’ aos vários níveis da vida dos clubes, sendo de elementar justiça uma tomada de posição do responsável máximo da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, sobre este assunto, ouvindo-nos e relevando a nossa opinião”, lê-se num comunicado conjunto de Olhanense, Fafe, Lusitânia de Lourosa, Benfica e Castelo Branco, Real Massamá e Praiense.
Na sexta-feira, representantes destes clubes estiveram na sede da FPF para uma reunião, mas acabaram por abandonar o encontro devido à ausência do presidente do organismo.
“De forma unilateral e contra todas as expectativas anteriormente induzidas junto destes mesmos clubes, a FPF decidiu não realizar o ‘play-off’, bem como, perante um pedido expresso de reunião com Fernando Gomes, na qualidade de Presidente do referido órgão, o mesmo não compareceu, fazendo-se substituir por quem não tem poderes de decisão para dar resposta aos problemas criados aos clubes”, lembraram estes emblemas do Campeonato de Portugal.
Os primeiros classificados das séries C e D, Praiense e Olhanense, respetivamente, e os segundos classificados de todas as quatro ‘poules’, casos de Fafe, Lusitânia de Lourosa, Benfica e Castelo Branco e Real Massamá pretendiam manifestar junto do líder federativo o seu descontentamento com o fim precoce do campeonato que impossibilitou a realização dos ‘play-offs’.
Em causa está a decisão de a FPF ter indicado Vizela e Arouca, os dois clubes com mais pontos, para a subida à II Liga, na sequência da conclusão precoce da competição, em 08 de abril, depois da suspensão preventiva, por tempo indeterminado, em 12 de março, devido à pandemia da covid-19.
Nessa altura, após 25 jornadas, o Vizela liderava a Série A, com 60 pontos, e o Arouca era o primeiro da B, com 58, enquanto o Olhanense comandava a D, com 57, e o Praiense liderava a C, com 53.
Fafe, Lusitânia de Lourosa, Benfica e Castelo Branco e Real Massamá seguiam nas posições imediatas, de acesso aos ‘play-offs’ de subida, com 52, 50, 42 e 57 pontos, respetivamente.
Com a declaração de pandemia, em 11 de março, inicialmente alguns eventos desportivos foram disputados sem público, mas, depois, começaram a ser cancelados, adiados – nomeadamente os Jogos Olímpicos Tóquio2020, o Euro2020 e a Copa América – ou suspensos, nos casos dos campeonatos nacionais e provas internacionais de todas as modalidades.
Esta época, apenas a I Liga e a Taça de Portugal poderão ser retomadas, segundo o plano de desconfinamento do Governo.
A retoma da I Liga de futebol, a partir de 30 e 31 de maio, está sujeita a aprovação pela Direção-Geral da Saúde (DGS) de um plano sanitário, anunciou o primeiro-ministro, António Costa, explicando que os jogos vão realizar-se sem a presença de público nos estádios.
Faltam disputar 90 jogos do principal escalão, que é liderado pelo FC Porto, com um ponto de vantagem sobre o campeão Benfica, assim como a final da Taça de Portugal, que vai opor ‘encarnados’ a ‘azuis e brancos’.