Os presidentes de Câmara eleitos pelo PSD no Algarve mostraram-se esta quarta-feira indisponíveis para aumentar o preço da água, na sequência do previsto agravamento do tarifário anunciado na passada semana pelo presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL).
“Os presidentes das Câmaras de Faro, Rogério Bacalhau, Castro Marim, Francisco Amaral, e Albufeira, José Carlos Rolo, confrontados com a exigência por parte do Governo de revisão das tarifas de abastecimento de água em baixa, tornam público que estão indisponíveis para aumentar o preço da água”, refere um comunicado enviado à Lusa pelo PSD do Algarve.
Os autarcas justificam a sua posição alegando que, a acontecer o aumento do preço da água entre 15 e 50% para o consumo urbano, a aplicar a partir do segundo escalão, “constituiria uma injusta e injustificada decisão para com os munícipes que representam”.
Segundo os três autarcas eleitos pelo PSD no distrito de Faro, “tal decisão abarcaria a esmagadora maioria dos agregados familiares e empresas”, pelo que irão dizer um “não rotundo ao aumento brutal do preço da água que o Governo quer impor”.
Aqueles presidentes de Câmara defendem “que não podem ser os algarvios a pagar a total ausência de ação por parte do Governo que, na última década, não obstante o agravamento da situação de seca, foi incapaz de tomar medidas destinadas a enfrentar o problema”.
Em declarações aos jornalistas na passada sexta-feira, o presidente da AMAL, António Miguel Pina, referiu que os aumentos dos vários escalões de consumo, aplicados de forma diferenciada a partir de março, resultam de um instrumento proposto pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR).
O presidente da associação que integra os 16 municípios algarvios detalhou que o primeiro escalão não terá qualquer aumento, sendo aplicado um aumento de 15% no segundo escalão, de 30% no terceiro e de 50% no quarto e último escalão.
Ao consumo não-doméstico – hotelaria, comércio e indústria – vai ser aplicado um aumento de 15%.
O Governo anunciou que o Algarve vai ter cortes de água de 25% na agricultura e de 15% no setor urbano, que inclui o turismo, para preservar as reservas de água e enfrentar a escassez hídrica.
O aumento do preço da água deverá ser uma das 46 medidas previstas para a região, que ainda aguardam por aprovação em Conselho de Ministros.
As medidas, propostas pela Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, são, de acordo com o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, “obrigatórias” face à atual situação no Algarve.
A capacidade das albufeiras da região encontra-se a um nível de 25%, comparado com os 45% do ano passado pela mesma altura.
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