O candidato presidencial Tiago Mayan Gonçalves defendeu hoje que o Governo deve recorrer a toda a capacidade de saúde, incluindo a oferta privada e social, numa reação às filas de ambulâncias com doentes covid à porta de hospitais.
“É infelizmente o cenário que vi pré-anunciado na reunião do Infarmed e que se está a verificar. Nós estamos a entrar num cenário de guerra, efetivamente, e é lamentável que tenhamos chegado a este ponto. Os motivos para isso são, acima de tudo, de má gestão e de responsabilidade e de falta de previsão e de impreparação deste Governo”, afirmou o candidato liberal após uma visita ao quartel dos Bombeiros Voluntários de Albufeira.
Instado a comentar os relatos de filas de ambulâncias, que alegadamente transportam doentes covid-19, que se têm verificado à porta de hospitais, como, por exemplo, de Torres Vedras, Tiago Mayan Gonçalves disse esperar que esse “cenário de guerra” não se alastre pelo país e afirmou que esta realidade “torna ainda mais urgente envolver toda a capacidade instalado do país na resposta à pandemia”.
Questionado sobre a requisição civil, afirmou que está prevista no decreto do estado de emergência, mas, apontou, “vai implicar sempre o que se chama o pagamento da justa compensação e a justa compensação não é o que alguns candidatos anunciam de preço de custo”.
“Os tribunais irão decidir isso, mas a verdade é que estamos num cenário em que sim, provavelmente vai ter que acontecer requisição civil, mas a custos muito maiores do que algo negociado e preparado com tempo”, frisou.
E continuou: “Eu concordo naturalmente que toda a capacidade privada da saúde seja usada, os termos em que o Governo o fizer determinarão custos diferentes. Se o tivesse feito antes, estou certo de que teríamos custos muito menores nesse contexto”.
Agora, o custo dependerá de como o Governo “negoceia ou não com os privados”, mas, na sua opinião, “o certo é enfrentar, infelizmente, um peso muito mais excessivo no Orçamento do Estado por não ter preparado isto a tempo”.
Nos bombeiros de Albufeira, o candidato liberal ouviu as preocupações com os serviços do dia a dia, desde os acidentes aos incêndios e, agora, também a pandemia de covid-19.
Com quatro casos positivos no corpo ativo e 10 elementos em quarentena, a corporação assegura o serviço no concelho de Albufeira. “Pois, há quem possa sair logo, mas pronto”, ironizou o candidato.
Tiago Mayan defendeu que a “prioridade de investimento em todo o sistema de saúde implica ter em conta estes profissionais, todos eles, seja no setor da saúde seja em setores associados que estão também a contribuir para a luta desta pandemia”, frisou.
No segundo dia do novo confinamento, o candidato a Presidente da República dedica o sétimo dia de campanha ao Sul do país com atividades restritas. Depois de uma passagem pelo aeroporto de Faro, o candidato passou pelos bombeiros de Albufeira e seguiu viagem para Beja.
As eleições presidenciais, que se realizam em plena pandemia de Covid-19 em Portugal, estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.
Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).