O candidato predidencial João Ferreira defendeu hoje que a primeira lição a tirar da pandemia é que os portugueses só podem contar com o Serviço Nacional de Saúde, criticando os que “fazem da doença um negócio”.
“Uma primeira lição que temos de retirar do tempo em que vivemos é que, na hora de maior dificuldade, foi e é com o Serviço Nacional de Saúde, e só com o SNS, que nós podemos contar, desde logo no combate à pandemia”, afirmou João Ferreira para várias dezenas de apoiantes que se concentraram junto ao mercado municipal da cidade algarvia.
Num contacto com a população junto ao mercado de Vila Real de Santo António, e num dia dedicado às questões da Saúde no Algarve iniciado uma hora antes no centro de saúde local, João Ferreira afirmou que a pandemia de covid-19 apanhou todos “desprevenidos”, mas considerou ser necessário retirar lições.
João Ferreira, cuja candidatura à Presidência da República é apoiada pelo PCP, contrapôs que “outros desertaram desse combate”, numa referência aos grupos económicos que “fazem da saúde um negócio”.
“E foi com o SNS, e só com o SNS, que os portugueses puderam contar para defender a sua saúde. Puderam e podem, não apenas face aos riscos resultantes da covid-19, mas também por tudo o resto”, acrescentou.
Para João Ferreira, nas eleições presidenciais de 24 de janeiro estará em causa eleger um novo Presidente da República que defenda o SNS como previsto na Constituição da República, universal e tendencialmente gratuito.
“Precisamos de um Presidente da República que leve a sério o juramento que faz de defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição, porque isso, no que diz respeito à saúde, implica um compromisso inabalável pela defesa do direito à saúde dos portugueses e pela defesa do SNS”, apelou.
O candidato comunista à chefia do Estado português afirmou que há ainda “outra lição” a tirar da pandemia: a “importância que têm aqueles que trabalham no SNS” e que passaram a ser “louvados” e classificados como “imprescindíveis”, lembrou.
“Mas não passaram a ser imprescindíveis em março, já o eram antes disso e continuarão a ser imprescindíveis depois da pandemia”, disse o candidato presidencial apoiado pelo PCP, sublinhando que o seu trabalho deve-se “cuidar e valorizar” e “isso não tem acontecido com os trabalhadores na saúde, como de resto com todos os outros trabalhadores, que precisam de ser valorizados”.
João Ferreira argumentou que a “Constituição da República, a lei fundamental do país, assegura a todos o direito à proteção da sua saúde, independentemente da condição económica, da origem social, do sítio do país onde vivam”, como no Algarve, onde o “sucessivamente adiado” Hospital Central do Algarve “tem de ser uma realidade” e “não basta que exista no papel”.
Por isso, o candidato presidencial insistiu que “é uma obrigação do Estado, através do SNS, garantir à população” um serviço de Saúde “geral, universal e tendencialmente gratuito” para todos os portugueses e considerou que “é o SNS que deve assegurar isso, não é o negócio privado da doença”.