Um golo marcado aos 17 minutos pelo avançado Ricardo Vaz Tê permitiu à equipa algarvia conquistar o segundo triunfo seguido no campeonato – o que acontece pela primeira vez esta época – e reduzir a distância para o Tondela, a primeira equipa acima da ‘zona vermelha’.
O Portimonense manteve-se no 17.º e penúltimo lugar, agora com 27 pontos, a dois do Tondela (16.º), que tem menos um jogo realizado, enquanto o Famalicão continua em quinto, com 45, mas pode ainda hoje ser ultrapassado pelo Rio Ave, caso os vilacondenses vençam na receção ao Sporting de Braga.
Golo solitário de Vaz Tê reforça esperança do Portimonense na manutenção
O Portimonense garantiu hoje uma importante vitória no reduto do Famalicão, por 1-0, que ajuda os algarvios a manterem viva a luta pela manutenção na I Liga portuguesa de futebol.
Graças ao golo apontado por Ricardo Vaz Tê, aos 17 minutos, a equipa algarvia, depois do encontro da 29.ª jornada, mantém-se abaixo da ‘linha de água’, com 27 pontos, mas reduziu a diferença para dois pontos para o Tondela e três para o Belenenses, ambos com menos um jogo.
Com este resultado, o Famalicão, que se mantém no quinto lugar, comprometeu de alguma forma a luta por um posto europeu, podendo hoje mesmo ser ultrapassado pelo Rio Ave, que joga com o Sporting de Braga.
O Portimonense, por outro lado, está necessitado de pontos para evitar a descida de divisão. Após a retoma do campeonato, os algarvios têm vindo a fazer uma boa campanha, somando três vitórias e dois empates, um deles frente ao campeão Benfica.
Relativamente à constituição das equipas para este encontro, João Pedro Sousa apostou no mesmo ‘onze’ que trouxe de Moreira de Cónegos um empate, enquanto Paulo Sérgio fez uma alteração forçada em relação ao encontro com o Marítimo, saindo Lucas Fernandes para dar lugar a Lucas Possignolo.
O Portimonense foi a equipa que melhor entrou na partida, encontrando pela frente um Famalicão muito diferente do que tem vindo a mostrar, com grandes dificuldades em controlar o adversário e em chegar à baliza adversária.
Esta superioridade dos algarvios, que se manteve até ao intervalo, foi-se tornando cada vez mais evidente à medida que o jogo se desenrolava.
Aos 11 minutos aconteceu o primeiro lance de perigo para o Portimonense. Bruno Tabata fez um remate em arco, valendo uma grande defesa de Vaná, que desviou a bola para a barra da baliza.
Após algumas ameaças, a formação comandada por Paulo Sérgio chegou, sem surpresas, ao golo, aos 17 minutos, por intermédio de Vaz Tê. Tabata, peça fundamental na construção da vitória algarvia, recuperou a bola e isolou Vaz Té, que rematou colocado para golo.
O Famalicão ainda tentou reagir, mas a ineficácia e apatia dos seus jogadores não permitiu contrariar a tendência de jogo.
No entanto, ao intervalo, João Pedro Sousa fez três alterações na equipa famalicense, com a entrada de Gustavo Assunção, Riccieli e Coly, que fizeram a diferença dentro das quatro linhas.
A formação da casa assumiu o comando e as oportunidades de golo e a pressão na baliza adversária passaram a ser uma constante.
Aos 53 minutos, Pedro Gonçalves rematou com perigo à baliza de Gonda, obrigando o guarda-redes nipónico a uma defesa complicada.
O guardião japonês voltou a estar em destaque aos 59 minutos, altura em que desviou a bola para a trave após um remate de Diogo Gonçalves.
A pressão do Famalicão manteve-se até ao apito final, obrigando o Portimonense a passar por momento críticos e de grande aperto. Ainda assim, os algarvios estiveram coesos e conseguiram segurar os três pontos.
DECLARAÇÕES
Declarações dos treinadores após o jogo Famalicão-Portimonense (0-1), da 29.ª jornada da I Liga de futebol:
João Pedro Sousa (treinador do Famalicão): “O Portimonense forçou o nosso erro. E o estranho é que, por vezes, é mesmo isso que nós queremos. Que o adversário suba as linhas para que nós consigamos encontrar espaços nas costas. É difícil de explicar o porquê do nosso desconforto nesse momento.
Fizemos erros sucessivos, quer nos passes, quer nas receções, quer nos posicionamentos. Foi difícil. A primeira parte foi extremamente difícil para nós. Aos 30 minutos o que queríamos era que acabasse a primeira parte para retificar ao intervalo, para atacar a segunda parte de outra forma.
Estivemos longe de ser a equipa que já fomos tantas vezes. Mas, no fundo, penso que o resultado foi merecido. O Portimonense foi o Portimonense e o Famalicão não foi o Famalicão. Se tivéssemos dado a volta ao resultado não seria justo. O Portimonense foi mais equipa do que nós.
A equipa estava um bocado nervosa, mas mesmo isso não justifica tantos erros. Neste jogo não conseguimos encontrar soluções”
Paulo Sérgio (treinador do Portimonense): “Não estou surpreendido. Nós trabalhamos para que as coisas nos saiam bem. Queremos que as coisas nos saiam melhor ainda porque somos ambiciosos.
A equipa teve uma atitude muito boa no dia-a-dia. Os jogos não se ganham só no dia de jogo. Ganham-se todos os dias. A equipa tem tido um comprometimento, um compromisso, uma atitude diária que é muito boa. Quem trabalha só pode esperar bons resultados. Por vezes a sorte também faz parte, mas quem trabalha normalmente tem sucesso.
O caminho é longo, árduo. Ainda falta muita coisa para aquilo que nós queremos.
A qualidade sempre lá esteve. Temos jogadores com qualidade, mas o compromisso e a atitude coletiva temos melhorado a cada partida. O caminho é este.
A segunda parte não foi sofrida. Foi talvez em termos emocionais. Tivemos várias oportunidades para aumentar o marcador para estamos mais sossegados até ao final, mas não fomos eficazes. O Famalicão é uma equipa com muita qualidade e a qualquer momento podia causar dano. Sofrida nesse sentido. Mas continuámos a criar situações para marcar na segunda parte. Foi um jogo muito capaz. Tiro o chapéu aos nossos atletas pelo desempenho que tiveram aqui.
Não foi o Famalicão que entrou adormecido. Nós é que não deixámos o Famalicão fazer o jogo que gosta de fazer. Foi muito mérito do Portimonense na forma como o Famalicão teve as suas dificuldades. Vínhamos preparados para isto. Há que dar mérito ao que o Portimonense fez aqui contra a equipa que é a verdadeira revelação desta Liga”.
Jogo disputado no Estádio Municipal de Famalicão, em Vila Nova de Famalicão.
Famalicão – Portimonense, 0-1.
Ao intervalo: 0-1.
Marcador:
0-1, Ricardo Vaz Tê, 17 minutos.
Equipas:
– Famalicão: Vaná, Ivo Pinto, Roderick, Nehuen Perez (Riccieli, 46), Alex Centelles (Gustavo Assunção, 46), Uros Racic (Walterson, 70), Pedro Gonçalves, Fábio Martins (Anderson, 77), Rúben Lameiras (Coly, 46), Diogo Gonçalves e Toni Martinez.
(Suplentes: Defendi, Guga, Walterson, Ofori, Gustavo Assunção, Riccieli, Anderson, Coly e Patrick William).
Treinador: João Pedro Sousa.
– Portimonense: Gonda, Hackman, Lucas Possignolo, Jadson, Fali (Henrique, 83), Willyan (Bruno Costa, 67), Denner, Ricardo Vaz Tê (Beto, 74), Júnior Tavares (Rómulo, 84), Bruno Tabata e Aylton Boa Morte (Rodrigo, 84).
(Suplentes: Samuel, Rômulo, Marlos, Beto, Anderson Oliveira, Henrique, Koki Anzai, Bruno Costa e Rodrigo).
Treinador: Paulo Sérgio.
Árbitro: Fábio Veríssimo (A.F. Leiria).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Rodrick (13), Dener (31), Fábio Martins (68), Riccieli (73), Rômulo (88), Gustavo Assunção (89).
Assistência: Sem espetadores por determinação da Federação Portuguesa de Futebol, em resposta à pandemia de covid-19.