O Portimonense saiu hoje da zona de despromoção e regressou às vitórias na I Liga de futebol, na receção ao Boavista (2-1), com os dois golos apontados na primeira parte diante de um adversário que terminou reduzido a 10.
Na partida da 32.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, os algarvios construíram a vitória na primeira parte com golos de Willyan, aos 14 minutos, e de Lucas (42), na transformação de uma grande penalidade, tendo Marlon (84) assinado o tento do Boavista.
Os ‘axadrezados’ jogaram os últimos 15 minutos do encontro reduzidos a 10 elementos, depois da expulsão de Yusupha, aos 74 minutos, por acumulação de cartões amarelos.
Com esta vitória, a equipa de Paulo Sérgio saiu do 17.º lugar da classificação, abandonando a zona de despromoção, para onde tinha ‘caído’ na 15.ª jornada após o empate no Bessa, precisamente com o Boavista (1-1).
No Municipal de Portimão, a primeira parte foi de total domínio dos algarvios que, logo aos cinco minutos, deram o primeiro sinal de perigo, com o guarda-redes Helton Leite a opor-se ao remate de Lucas Fernandes, evitando que a formação de Paulo Sérgio inaugurasse o marcador.
Com um Portimonense mais rematador, o golo acabou por surgir aos 14 minutos, por intermédio de Willyan que, na sequência de um pontapé de canto, surgiu na área mais alto que a defesa ‘axadrezada’, cabeceando sem hipótese de defesa para o guarda-redes.
Perante um Boavista ‘adormecido’ com o golo sofrido, os algarvios acentuaram o seu domínio e, aos 19 minutos, Hackman falhou a oportunidade de dilatar o marcador, ao cabecear ao lado quando estava sozinho na área, perto da linha de golo.
O segundo golo surgiu apenas aos 42 minutos, através de uma grande penalidade convertida por Lucas, lance que teve origem numa falta de Obiara sobre Tabata, depois de uma jogada individual de Aylton Boa Morte, que ganhou espaço na área depois de passar por três adversários.
Durante a primeira parte, o Boavista fez apenas um remate à baliza algarvia, por intermédio de Carraça, aos oito minutos.
No arranque do segundo tempo, o Portimonense teve oportunidade para dilatar a vantagem, mas Obiara opôs-se ao remate de Aylton Boa Morte depois da assistência de Tabata.
A partir daqui, a equipa da casa abrandou o seu ritmo de jogo, permitindo que o Boavista tomasse conta do encontro e chegasse com maior frequência à sua área, mas sem conseguir materializar em lances de perigo esse seu domínio.
Numa altura em que jogavam em inferioridade e a seis minutos do final, os boavisteiros reduziram a desvantagem no marcador, por intermédio de Marlon, na cobrança de um livre direto, com um remate fora do alcance de Gonda, o guarda-redes internacional japonês ao serviço dos algarvios.
Depois do golo, o Portimonense limitou-se a gerir a vantagem e conseguiu aguentar a pressão dos boavisteiros, que fizeram tudo para não saírem derrotados do municipal de Portimão.
DECLARAÇÕES:
Paulo Sérgio (treinador do Portimonense): “Na primeira parte, fizemos um jogo brilhante e, na segunda parte, tivemos momentos brilhantes e outros nem tanto. Mas percebo o momento, com o resultado em 2-0, aqui e ali mostrámo-nos menos para o jogo e não tivemos a consistência da primeira parte.
Trabalhou-se muito, sob muito calor. Foi um jogo bem conseguido, uma vitória com muito mérito.
Mesmo a segunda parte não tendo sido tão conseguida quanto a primeira, estivemos bem, até porque é um Boavista de qualidade e que fez pela vida na segunda parte.
Mesmo assim, criámos duas ou três boas situações de golo, nas quais podíamos ter sentenciado o jogo e terminado de outra forma.
Fica o registo de três pontos que eram fundamentais para o nosso pecúlio e para seguir neste caminho de forma muito séria, muito focada, porque, repito, nada está conseguido”.
Daniel Ramos (treinador do Boavista): “Começámos mal. Uma boa primeira parte por parte do Portimonense e nós não conseguimos, com a exceção dos primeiros minutos, estar agressivos.
Não fomos sólidos e demos muito tempo para o Portimonense circular e encontrar caminhos de aproximação à nossa baliza.
Faltou-nos agressividade, mais duelo, intensidade, procura de espaços soltos, com os jogadores a não darem as linhas de passe que deviam, a não fazer aquilo que nos propusemos e daí uma má primeira parte.
Não estou nada contente e disse-o aos jogadores ao intervalo que não me revia nada em relação àquilo que estávamos a fazer.
A segunda parte foi bem diferente para melhor. Todos os jogadores que entraram, entraram bem no jogo, tivemos mais alma, mais determinação, mais coragem para encontrar caminhos, para arriscar e isso foi notório à medida que o tempo foi passando e nós fomos mandando no jogo.
Percebíamos que se fizéssemos um golo entrávamos no jogo, percebíamos que estávamos próximo de marcar. Fizemo-lo em situação de desvantagem, mesmo com menos um jogador a equipa continuou a ter grande caráter, determinação, a ambição e até ao final poderíamos ter chegado ao empate.
Uma primeira parte de avanço, uma vantagem grande, difícil de anular, dois golos, num jogo importantíssimo”.