O nosso corpo é o nosso templo. No entanto, a maioria das pessoas desconhece muitas das características da fisiologia humana. Existem muitas curiosidades sobre o corpo humano que merecem ser conhecidas. A pele é o maior órgão do corpo humano. Há muitas coisas fascinantes sobre este órgão. Por exemplo, quando nos sentimos arrepiados, gera-se o fenómeno popularmente designado como “pele de galinha”. Seguramente que já sentiu na pele esta reação, não é verdade? Então, descubra a razão por que acontece a sensação de pele de galinha.
O que é ficar com pele de galinha…
Esta sensação acontece com frequência. O fenómeno pode surgir por diferentes razões. O arrepio pode ser agradável ou desagradável. A sensação não se consegue controlar. Aparentemente, não tem qualquer propósito. Pode acontecer por frio, quando alguém nos toca, quando nos dão beijos no pescoço ou, simplesmente, por sentirmos uma brisa.
Também pode acontecer com ruídos. Por exemplo, após se ouvir o som de passar o giz numa ardósia, este gesto pode provocar arrepios. Esse efeito também acontece com o raspar da faca no prato.
O mesmo fenómeno pode ainda acontecer quando estamos no cinema a ver um filme romântico e nos deixamos envolver pela história. Os filmes de terror também podem gerar um efeito semelhante.
A expressão pele de galinha advém da definição médica cutis anserina para arrepios. Ora, cutis é pele e anserina é ganso. Quando as aves são depenadas (independentemente da espécie: ganso, galinha ou outra), apresentam uma pele com a mesma aparência que a nossa quando nos arrepiamos.
Características da pele
A nossa pele é composta por três camadas, nomeadamente epiderme, derme e hipoderme. Cada uma das camadas de pele do corpo humano assume diferentes funções.
A hipoderme consiste na camada com um papel-chave na reação da “pele de galinha”. As funções desta camada são a alimentação e o intercâmbio calórico do corpo humano. Na hipoderme, estão presentes as glândulas sudoríparas, tecido adiposo, os folículos pilosos e a musculatura fina.
A famosa “pele de galinha” ocorre quando a musculatura fina se contrai, provocando nesse momento a elevação dos pelos do corpo.
Uma explicação científica
O que o povo designa de pele de galinha consiste numa apresentação estranha dos pelos. Eles ficam de pé, na vertical. Além disso, a pele em redor dos pelos apresenta uma forma arqueada para cima. Por isso, essa sensação estranha é frequentemente descrita como se algo estivesse a percorrer o corpo.
O fenómeno de pele de galinha é encarado pelos dermatologistas como uma horripilação ou ereção pilosa. A horripilação consiste na ereção dos pelos e na sensação de calafrios. Essa sensação pode ser gerada por susto, repulsa ou frio.
Um livro sobre o tema
Yael Adler é autora do livro “O Fascinante Mundo da Pele”. Esta investigadora e dermatologista defende que há um pequeno músculo responsável por levantar os pelos em cada folículo piloso (que consiste na estrutura que produz o pelo).
É o sistema neurovegetativo que desencadeia essa ação. Por isso, as pessoas não conseguem controlar a pele de galinha conscientemente. Este livro também tem uma explicação para a sensação de arrepio desenvolvida no corpo.
Segundo esta especialista, “ao ficarmos com pele de galinha, a superfície total da nossa pele aumenta um pouco, o que implica que, deste modo, possamos perder mais calor e mais suor”.
Essa explicação está presente nesta obra que apresenta alguns dos mistérios d´“O Fascinante Mundo da Pele“, da editora Lua de Papel.
Uma investigação científica
Um estudo realizado nos últimos anos e que teve por base festivais de música permitiu concluir que ficar arrepiado também está associado a uma vida mais feliz e saudável. O objetivo da investigação era saber se a sensação de pele de galinha estava relacionada com a saúde e a personalidade de cada um.
Na experiência, estiveram envolvidas 100 pessoas que assistiram a festivais realizados em Leeds e Reading, na Inglaterra. As respostas fisiológicas das pessoas que estavam nos festivais foram analisadas por uma equipa de investigadores.
As suas reações à música em dois festivais distintos foram analisadas por Matthew Sachs (Universidade de Harvard) e por Robin Murphy (Universidade de Oxford). Os investigadores concluíram que as pessoas que sentiram mais arrepios apresentavam maior probabilidade de se relacionar com os outros em comparação com as pessoas que não reagiram desta forma ao som da música.
A mesma conclusão foi tirada sobre a maior probabilidade de se tornarem mais bem sucedidas profissionalmente ao longo da vida e de ter mais saúde.
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