Circula nas redes sociais uma petição para fazer “justiça pela falta de prestação de auxílio aos animais do canil Cantinho 4 patas em Santo Tirso”. Segundo a petição, os agentes da GNR e a proprietária “impediram o salvamento dos animais, negando auxílio enquanto ainda se podiam salvar”.
Até ao momento, 119.574 pessoas assinaram. “Visto os animais terem os seus direitos, e uma situação de maus tratos, negação de auxílio há vida, estando presentes a GNR e a proprietária que nada fizeram para salvar estas vidas e não deixaram socorrer quem lá se encontrava membros da PAN e pessoas civis”, pode ler-se na petição.
“Viviam lá cerca de 150 animais de companhia”, continua a petição, que demoveu centenas de partilhas nas redes sociais. A GNR esclareceu entretanto que a morte de animais no incêndio não se deveu ao facto de ter impedido o acesso ao local de populares, mas à dimensão do fogo e à quantidade de animais.
Abrigos de Santo Tirso já tinham sido alvo de queixa
No final de 2017 os dois espaços, “Cantinho das Quatro Patas” e “Abrigo de Paredes” tinham sido alvo de denúncia por parte de alguns populares, devido “uma situação de insalubridade, ameaça à saúde pública e mais grave ainda, de maus tratos e negligência a animais indefesos”.
O caso seguiu depois para Tribunal e em 2018 o Ministério Público (MP), que acabou por arquivar o processo considerando “não haver crueldade em manter animais num espaço sujo, com lixo, dejetos e mau cheiro”, segundo o despacho.
Animais foram carbonizados
Dezenas de animais morreram carbonizados este sábado à noite no canil “Cantinho 4 Patas” quando este foi consumido pelas chamas na sequência do incêndio que deflagrou na serra da Agrela, em Santo Tirso.
A situação “agitou” as plataformas sociais e a imprensa. O PAN admitiu que “a violação deste dever de cuidado e socorro pode, inclusivamente, fazer incorrer no crime contra animais de companhia, se da omissão de auxílio resultar sofrimento injustificável ou até a morte dos animais, como está a ser o caso”. O partido de defesa dos animais, apresentou depois queixa e admitiu pedir explicações ao MAI.
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