O complexo pedagógico do Campus da Penha, da Universidade do Algarve, em Faro, vai tornar-se no novo polo tecnológico algarvio. As obras vão a concurso público, sendo que estão previstas iniciarem no primeiro trimestre do próximo ano.
A associação Algarve STP, que engloba a Câmara de Faro, a de Loulé, a ANJE e a UAlg, começou a mostrar interesse em criar este projecto no ano da sua fundação, em 2001, no Parque das Cidades. Apesar de não ter sido concluído na altura, a ideia continuou “em cima da mesa” e irá tornar-se realidade no próximo ano.
João Rodrigues, pró-reitor da Universidade do Algarve e Hugo Barros, coordenador da Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia da mesma instituição, reuniram-se na passada quinta-feira, dia 12 de Julho, com alguns empresários algarvias, para uma sessão de esclarecimento.
Como Hugo Barros começou por explicar, a ideia principal é a de criar, dinamizar e expandir um ecossistema tecnológico regional, apostando nas áreas das tecnologias de informação, comunicação e energias do Algarve.
Para além disso, os objectivos, para este Algarve Tech Hub são: a retenção e atracção de recursos humanos altamente qualificados; a criação de star-ups e spin-offs de base tecnológica; a captação de investimentos em inovação; a atracção de centros de investigação, inovação e desenvolvimento tecnológico; a promoção e transferência de tecnologia entre empresas e centros de investigação; a disponibilização de serviços de consultoria financeira e de gestão; e a divulgação do know-how, produtos e serviços disponibilizados no exterior.
João Rodrigues esclareceu ainda como é que o complexo pedagógico será dividido. Visto ter três andares mais garagem, os dois primeiros, ou seja dois mil metros quadrados serão destinados às empresas, com espaços que podem ter 33, 66, 120 ou 400 metros quadrados. Estão assim previstas entre 20 a 22 salas empresariais. O último andar terá painéis solares e estará preparado para a realização de eventos. Para além disto, o complexo terá arrecadações, salas de reuniões, uma sala de equipamentos comuns, como fotocopiadoras, e uma sala “future” preparada para a realidade virtual e a fotografia.
Ainda segundo o pró-reitor, as empresas “podem mudar a sua sede para cá, podem apenas ter aqui um polo, mas também podem estar cá apenas virtualmente”.
Outra das vantagens deste polo tecnológico é a sua localização dentro da Universidade do Algarve, isto irá permitir, em primeiro lugar, a interacção com os alunos e, em segundo, a utilização de todos os equipamentos e infra estruturas da instituição, por parte das empresas.
O projecto espera agora a aprovação da candidatura por parte da CCDR Algarve e, o próximo passo é começarem-se as obras. A ideia é que as salas estejam construídas com vidro e pladur, de maneira a que o espaço possa sempre vir a ser alterado, caso surja essa necessidade.
Por fim, a associação Algarve STP, que teve esta ideia há 17 anos, afirma que o seu papel é o de “ser a força condutora do polo tecnológico, de todas as empresas que queiram desenvolver a região”.
(Maria Simiris / Henrique Dias Freire)