Foram reveladas imagens das câmaras corporais dos agentes envolvidos na morte do jovem afro-americano, baleado 60 vezes pela polícia no Ohio quando foi parado por uma infração de trânsito. A morte já levou centenas de pessoas a manifestarem-se e a exigirem justiça.
Foi uma infração de trânsito que esteve na origem da perseguição e morte de Jayland Walker, na passada segunda-feira.
O jovem de 25 anos, que foi perseguido durante vários minutos pelos carros da polícia, acabou por fugir do carro e foi perseguido a pé – momento em que foi baleado dezenas de vezes pelas autoridades norte-americanas.
Durante a perseguição, Walker terá disparado uma vez contra a polícia. A arma foi encontrada dentro do carro abandonado pelo jovem.
“Querem transformá-lo num monstro mascarado com uma arma. Mas quero agradecer ao chefe por uma coisa que ele disse. Quando ele foi alvejado, mais de 90 ou 60 vezes, seja qual for esse número impressionante de vezes, ele estava desarmado“, disse o advogado da família Walker, Bobby Dicello.
Segundo o relatório do médico legista, o corpo foi atingido por 60 balas.
Depois da polícia ter divulgado os vídeos que mostram os oito agentes a disparar contra o jovem afro-americano, centenas de pessoas saíram à rua a pedir justiça.
“A capital da nação foi invadida e foi disparada uma bala. Uma bala. Tentaram derrubar o Governo dos EUA e foi disparada uma bala. Este indivíduo ia a fugir e foi alvejado mais de 90 vezes. Isso é errado, mas não é apenas errado. É injusto”, disse Hamza Khabir, um dos manifestantes, referindo-se à invasão do Capitólio, a 6 de janeiro de 2021.
Os oito agentes envolvidos na morte de Jayland Walker foram suspensos até ao fim do inquérito judicial.
Este foi o mais recente tiroteio na história de assassinatos de afro-americanos pela polícia, nos Estados Unidos. Em 2020, o assassinato de George Floyd desencadeou uma onda de protestos, a nível mundial,
contra a brutalidade policial e a injustiça racial.
- VÍDEO: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL