Em defesa das necessidades da minha terra
* A problemática:
– emergência médica, evacuação, combate a incêndios, além de outros susceptíveis acontecimentos que possam ocorrer na praia de Cabanas de Tavira.
A implementação de uma Ponte Pedonal para a ilha de Cabanas de Tavira, será uma “evidência” do meu ponto de vista e contexto das minhas vivências como cidadão cabanense e que se impõe, perante a existência de um filão de areia, separado por uma Ria – a Ria Formosa e uma travessia feita apenas por barcos de passageiros.
– Há três tipos de posições, acerca da defesa de uma passagem Pedonal entre margens (ponte):
a) – uma acção desenvolvida por parte de um grupo cívico apartidário e dinamizador, acrescida com mais de 4000 assinaturas favoráveis e recolhidas numa petição pública, tendo como objectivo a implementação de uma ponte pedonal (ao serviço público total) com materiais ecológicos, livre, sem condicionalismos e em alternativa, à situação actual da travessia feita por barcos, na passagem para a praia de Cabanas;
b) – um conjunto de pessoas (em minoria) e que se manifestam contra a travessia pedonal entre margens (ponte)…
c) – a CMT e a Junta da União de freguesias de Cabanas-Conceição de Tavira (entidades político-administrativas), a Docapesca, AMAL, PNRF, POOC, CCDR, APA até agora nada decidiram favoravelmente… Pelo contrário a CMT já investiu cerca de meio milhão de euros, na “renovação” de um Passadiço que mais serve o interesse privado do que o público.
Basta pensar-se que as pessoas com mobilidade reduzida e outras com parcas economias, não têm acessessibilidade à sua praia.
Os argumentos do grupo de Defesa por uma Ponte Pedonal para a ilha de Cabanas de Tavira do qual faço parte, são os seguintes:
– serve de alternativa ao trajecto hoje existente (único) que é feito por barco e tem como apoio, alguns cais de embarque localizados junto à Vila e, também, um passadiço junto à praia mas que nos dias de hoje, parece já ter saturado a sua função, por diversas razões.
* Pois em qualquer lado, o trajecto feito por barco para ligação entre as margens de uma ria ou rio, é a solução imediata (primária), na falta de outros meios bem melhores de ligação, entre dois pontos para uma comunicação, ou lazer.
Aliás, no tempo em que este tipo de trajecto foi implementado, a Vila Cabanas, não tinha tantos empreendimentos turísticos, número habitantes, habitações particulares e respectivo movimento de pessoas para frequentarem a respectiva praia.
Assim, até há uns anos atrás, nunca houve polémica no seio dos frequentadores e cidadãos cabanenses, por causa da travessia para a ilha desta mencionada Vila.
Hoje o panorama em Cabanas de Tavira é já outro e bem mais complexo. Daí as razões de um grupo cívico ter-se organizado para a defesa de uma ponte ecológica de ligação:
– partiu-se para uma petição pública, no sentido de se reivindicar a criação de uma alternativa (pública) para um trajecto, livre, grátis e sem excepções em relação ao actual sistema de travessia, feita por barcos, sobretudo, por monopólios;
– uma acentuada poluição ambiental existente, sobretudo na ria;
– as dragagens forçadas que terão de ser feitas, junto aos locais de embarque, desembarque e na zona da ria de passagem dos barcos de passageiros e que tudo isso, irá originar impactos ambientais significativos e custos elevados de investimento público.
– a perigosidade existente na travessia pela ria é uma constante;
– tempos perdidos na espera dos Barcos para o transporte e em filas ao sol;
– maior dificuldade nas acessibilidades;
– condicionalismos de utilização (pagamentos e a quase inacessibilidade a pessoas de mobilidade reduzida e aos de parcas economias);
– dificuldades numa susceptível evacuação de pessoas em casos de emergência e feitas através de barcos;
– dificuldades de acesso rápido de bombeiros em casos de combate a incêndio, ou com forças de segurança para o controle de conflitos na Ilha, ou de outra ordem.
* Os pescadores até tinham o seu meio de subsistência, face a eventuais quebras de pescas – os Barqueiros.
Tudo veio a pouco e pouco a cair em mãos de privados (externos à Vila) e que condicionam a livre utilização da praia, sobretudo, pelos cabanenses, pois monopolizaram os transportes na travessia da ria e concessões de praia.
Estenderam-se ao longo da praia de Cabanas, enormes concessões (privadas) que se localizam mesmo junto ao único Passadiço de acesso (com investimento de capital público camarário), deixando apenas entre as duas concessões um curto espaço livre para utilização da generalidade dos utentes de praia, ali poderem colocar os seus chapéus de sol.
Caso não consigam lugar nesse espaço público destinado entre concessões, tal situação obrigará, as pessoas a terem de pagar para utilização de um espaço privado (palhotas) nas ditas concessões, ou então, terem de andar muitos metros com tudo atrás (sacos, mochilas, chapéus de sol, toalhas, crianças, etc) para saírem do espaço privado.
Quanto à mobilidade reduzida nem vale a pena alongar-me aqui muito na explicação ou seja, porque ela não é possível ser feita com trajecto feito por barco.
* Alguns condicionantes à segurança, emergência médica, evacuação e combate a susceptíveis incêndios:
O que interessa dotar a Praia de Cabanas com um bom Plano de Emergência Médica, Socorros a náufragos, Segurança contra incêndios e Evacuação, se o maior condicionante e atropelo for, efectivamente, o tipo de acessibilidade a esses locais partidos da Vila para a praia e vice-versa!?
Toda a gente sabe que o tempo perdido para um socorro a uma vítima é vital e, também, no combate a incêndios, controle de conflitos e evacuação em caso de emergência, pois o que conta é a rapidez dessa emergência.
O trajecto feito por barco (autorizado), embora faça parte dos ditos Planos, o tempo perdido quer para a chegada de socorros, ou para a saída de pessoal em caso de evacuação e a partir da praia, é bem maior do que se for tudo feito, através duma acessibilidade directa (Ponte) e por exemplo feita com recurso, às moto 4 dos bombeiros.
Estas viaturas são bivalentes e autorizadas (emergência médica e combate a incêndios) e passam perfeitamente numa Ponte Pedonal, porventura, a poder servir de evacuação até à outra margem.
O Recurso pensado para helicóptero será complexo, imaginando alguns acontecimentos anormais que possam ocorrer no início ou decurso da noite, além da sua capacidade limitada ao número pessoas e materiais a transportar, conforme o tipo de intervenção necessária.
– também o recurso pensado para utilização de barcos-ambulância dos bombeiros, terá sempre de ser considerada uma demora, tanto para a sua chegada ao local de socorro como depois ser feita a respectiva evacuação em caso de emergência médica…
Com a utilização de moto 4 dos bombeiros, certamente, será tudo mais rápido a ser feito, através de uma Ponte Pedonal.
* Resumindo:
Será fundamental a existência de uma Ponte Pedonal para a ilha de Cabanas de Tavira como sendo a melhor solução encontrada para todos e tudo e o resto de susceptível contestação é “coisa” que poderá ser gerada à volta de interesses particulares.
Esperamos uma decisão favorável da parte das entidades decisoras.
O grupo reivindicativo continuará a exercer o seu direito de Cidadania.
* O que conta em Democracia é a vontade das maiorias….