A Polícia Judiciária (PJ) vai destruir esta quarta-feira cerca de sete toneladas de vários tipos de drogas ilícitas apreendidas nos últimos meses pelos órgãos de polícia criminal e serviços aduaneiros e de segurança.
Num comunicado distribuído esta quarta-feira, quando se assinala o Dia Internacional Contra Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas, a PJ explica que, de acordo com a legislação em vigor, a droga apreendida é destruída logo após a realização, pelo Laboratório de Polícia Científica, dos competentes exames periciais ordenados pelas autoridades judiciárias, ficando apenas uma amostra depositada em cofre, até que seja proferida decisão definitiva.
A destruição faz-se por incineração, sob a supervisão de uma comissão constituída por um magistrado do Ministério Público, um funcionário da carreira de investigação criminal da Polícia Judiciária e de um perito do Laboratório de Polícia Científica.
Segundo os dados da PJ, em 2023 foram apreendidas cerca de 22 toneladas de cocaína, 38 toneladas de haxixe e quantidades menores de outros tipos de drogas.
De acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas 2024, lançado hoje pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), a produção de cocaína no mundo bateu o recorde de 2.757 toneladas em 2022, mais 20% do que em 2021.
O documento, divulgado em Viena, adianta que o cultivo global de arbustos de coca aumentou 12% entre 2021 e 2022, para 355.000 hectares.
Segundo o relatório, os novos opiáceos sintéticos e uma oferta e procura recorde de outras drogas agravou os impactos deste problema mundial, levando a um aumento dos distúrbios relacionados com o consumo e com danos ambientais.
De acordo com os dados divulgados, o número de consumidores aumentou para 292 milhões em 2022, um crescimento de 20% em 10 anos, continuando a canábis a ser a droga mais consumida em todo o mundo (228 milhões de consumidores), seguida dos opiáceos (60 milhões), das anfetaminas (30 milhões), da cocaína (23 milhões) e do ecstasy (20 milhões).
Os nitazenos, um grupo de opiáceos sintéticos que podem ser ainda mais potentes do que o fentanil, surgiram recentemente em vários países de rendimento elevado, resultando num aumento de mortes por overdose.
Embora cerca de 64 milhões de pessoas em todo o mundo sofram de transtornos relacionados com o uso de drogas, apenas uma em cada 11 está em tratamento.
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