O Produto Interno Bruto (PIB) “registou uma forte contração em termos reais no segundo trimestre de 2020”, traduzida numa diminuição de 16,5% face a igual período de 2019, após se ter registado uma contração homóloga de 2,3% no trimestre anterior, de acordo com Instituto Nacional de Estatística (INE).
A economia portuguesa nunca tinha visto visto um número assim. O PIB chegou ao valor de 15% em termos homólogos no segundo trimestre, representando uma quebra mais acentuada do que no conjunto da zona euro. Portugal foi o quarto país com maior quebra.
Os dados do INE revelam que este resultado é explicado “em larga medida pelo contributo negativo da procura interna para a variação homóloga do PIB, que foi consideravelmente mais negativo que o observado no trimestre anterior, refletindo a expressiva contração do consumo privado e do Investimento”.
A paragem das atividades económicas, devido à doença SARS-CoV-2, obrigou os portugueses a ficarem confinados em casa e é outra das razões para este impacto na economia portuguesa.
O turismo foi, claro, um dos setores mais afetados e como resultado a queda do PIB reflete uma acentuada redução da procura externa líquida no segundo trimestre, “traduzindo a diminuição mais significativa das exportações de bens e serviços que a observada nas importações de bens e serviços devido em grande medida à quase interrupção do turismo de não residentes”.
Portugal está, neste momento, fora do corredor turístico com o Reino Unido. O Algarve será uma das zonas mais afetadas pela decisão. O mercado britânico tem uma dimensão representativa de três milhões de receitas em Portugal, principalmente na região algarvia, com um terço (cerca de seis milhões) dos turistas.
Comparativamente com o primeiro trimestre de 2020, o PIB diminuiu 14,1% em termos reais (a variação em cadeia tinha sido de 3,8% no trimestre anterior).
PIB DA ZONA EURO TAMBÉM AFUNDOU
A economia da zona euro teve uma contração homóloga de 15% no segundo trimestre de 2020, altura de grandes restrições devido à pandemia de covid-19.
Segundo a estimativa rápida preliminar hoje divulgada pelo Eurostat, no segundo trimestre deste ano, quando as medidas de contenção para a covid-19 adotadas pelos Estados-membros tiveram maior impacto na economia, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 15% na zona euro e 14,4% no conjunto da União Europeia (UE) em comparação com o mesmo período de 2019.
Dos Estados-membros para os quais existem dados disponíveis para o segundo trimestre de 2020, Espanha (-22,1%) foi o país europeu com maior declínio na variação homóloga, seguindo-se França (-19%) e Itália (-17,3%).
O serviço de estatística comunitário observa que esta redução trimestral representa, “de longe, os declínios mais acentuados observados desde o início das séries cronológicas em 1995”, que comparam com quedas mais contidas do PIB de 3,6% na zona euro e 3,2% na UE no primeiro trimestre de 2020.
O Eurostat ressalva, ainda assim, que estas são estimativas preliminares e ainda incompletas, que serão atualizadas em meados de agosto.