A recuperação do Pego do Inferno, espaço de lazer inserido na natureza, em Tavira, encerrado ao público desde 2012, é o principal objectivo de uma petição criada por várias entidades que querem travar a degradação do local.
Apesar de estar oficialmente encerrado devido à destruição causada por um grande incêndio em 2012, o Pego do Inferno, que tem uma queda de água que ronda os três metros, continuava, no Verão passado, a ser uma das principais atracções turísticas do concelho, com turistas a desrespeitarem a proibição de passagem e a encontrarem caminhos alternativos para aceder ao local.
Preocupados com o futuro do espaço, responsáveis do Centro de Ciência de Tavira, em colaboração com a Câmara de Tavira e o Centro de Estudos de Geografia e Planeamento Regional da Universidade Nova de Lisboa, promoveram, ao abrigo de um projecto europeu, várias iniciativas para auscultar a população, que culminaram na elaboração de uma carta de princípios para a utilização do espaço.
De acordo com uma ‘newsletter’ do Centro de Ciência Viva de Tavira divulgada à imprensa, foi criada uma petição pública que estará disponível durante 30 dias para recolha de assinaturas de todos aqueles que concordem com as opiniões expressas.
Apelo a campanhas de financiamento colectivo
A carta de princípios frisa, por exemplo, a necessidade de procurar fontes de financiamento “que não se limitem apenas a fundos públicos, mas que envolvam também sinergias entre entidades e cidadãos preocupados com o actual estado do Pego do Inferno e zona envolvente, como por exemplo campanhas de financiamento colectivo (‘crowdfunding’)”.
Sublinhando a importância do local para o usufruto de gerações futuras “como área de lazer e de educação ambiental e cultural”, lê-se ainda no documento que a degradação da zona envolvente ao Pego do Inferno “deve ser travada de imediato, com a sua recuperação a curto prazo”, nomeadamente dos acessos, assegurando a sua utilização em segurança.
Segundo os autores do texto, deve ser delimitada a área de intervenção no território em que se insere o Pego do Inferno, “em função da sua capacidade de carga, limitando e regulando usos e funções (como por exemplo, o campismo e uso balnear) que ponham em causa o valor do local e a segurança dos utilizadores”.
Consideram ainda que deverá ser encontrado “um modelo de recuperação e gestão que envolva não apenas a Câmara de Tavira, mas também os cidadãos que tenham como preocupação a preservação do Pego do Inferno”, defendendo um modelo de gestão que respeite as características do local.
Na carta de princípios, pode ainda ler-se que a autarquia “deverá intervir, de forma a garantir uma maior rapidez na resolução dos conflitos de interesse actualmente existentes, mediando os potenciais interessados em desenvolver a área envolvente do Pego do Inferno”.
(Agência Lusa)