A Assembleia da República aprovou hoje, por unanimidade, instituir a data de 25 maio como o Dia Nacional dos Jardins, em memória do arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles, falecido em novembro de 2020.
O texto final do diploma, aprovado esta tarde em sessão plenária, congrega três projetos de resolução apresentados por PS, PSD e PAN e refere que a instituição de 25 de maio (dia do nascimento de Gonçalo Ribeiro Teles) como Dia Nacional dos Jardins pretende celebrar “a importância e a vivência destes espaços, bem como o legado de Gonçalo Ribeiro Telles na proteção do ambiente, na defesa da paisagem e na promoção da qualidade de vida dos cidadãos”.
A apresentação dos três projetos resolução resultou de uma petição, que deu entrada em 22 de abril deste ano, da iniciativa de uma turma do 10.º ano do Agrupamento de Escolas Manuel Teixeira Gomes, de Portimão.
A petição pela “Criação do Dia Nacional dos Jardins a 25 de maio” recolheu 1.121 assinaturas.
O arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles, figura pioneira na arquitetura paisagista em Portugal, morreu em 11 de novembro de 2020, em Lisboa, aos 98 anos.
Nascido em 25 de maio de 1922, em Lisboa, Gonçalo Ribeiro Telles foi autor de projetos relevantes na capital, como os Corredores Verdes e os jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, obra que assinou em conjunto com António Viana Barreto, e que viria a ser distinguida com o Prémio Valmor, em 1975.
Ribeiro Telles licenciou-se em Engenharia Agrónoma e Arquitetura Paisagista, no Instituto Superior de Agronomia, e iniciou a vida profissional na Câmara Municipal de Lisboa, onde trabalhou com Francisco Caldeira Cabral, com quem viria a publicar “A Árvore em Portugal”.
Figura tutelar da defesa da ecologia para fundamentar a intervenção na paisagem e no território, Gonçalo Ribeiro Telles foi responsável pelo lançamento da política de ambiente em Portugal, cuja legislação incentivou quando passou por vários cargos públicos, nomeadamente como ministro de Estado e da Qualidade de Vida, entre 1981 e 1983.
No plano político, participou nas campanhas eleitorais dos movimentos monárquicos populares e, antes do 25 de Abril, foi candidato nas listas da Comissão Eleitoral de Unidade Democrática (CEUD).
No plano cultural, foi um dos fundadores do Centro Nacional de Cultura (CNC).