A utilização e comercialização de pesticidas proibidos em Espanha tornou-se alvo de investigação, após a detecção de vestígios destes produtos em várias explorações agrícolas nos arredores do Parque Nacional de Doñana, em Huelva. Quatro pessoas e duas empresas estão sob escrutínio, com a descoberta de 12 toneladas de produtos fitossanitários não autorizados, avaliados em cerca de sete milhões de euros.
O Serviço de Proteção da Natureza da Guardia Civil interceptou um veículo que transportava 24 garrafas de um pesticida tóxico e perigoso para o ambiente, rotulado em português, numa área protegida do parque, como nos conta o Notícias ao Minuto. Esta apreensão motivou uma inspeção a armazéns na zona agrícola adjacente, onde foram encontradas as referidas 12 toneladas de produtos não autorizados.
Segundo comunicado do Ministério do Interior, as amostras colhidas nas plantações confirmaram a presença de substâncias proibidas, incluindo clorpirifós, um inseticida banido na União Europeia desde 2020. A origem portuguesa dos produtos levou à solicitação de apoio da Guarda Nacional Republicana (GNR), com a coordenação da EUROPOL, para rastrear e combater o tráfico ilegal destas substâncias perigosas.
A falta de rótulos em espanhol nos produtos representava um sério risco para a saúde dos agricultores, que não tinham acesso às instruções obrigatórias de utilização e proteção. Este facto também colocou em perigo os consumidores, devido à natureza não autorizada dos pesticidas.
Os riscos ambientais e para os ecossistemas, especialmente no Parque Nacional de Doñana, foram considerados significativos. A aplicação de produtos fitossanitários ilegais nesta área protegida é particularmente preocupante, dado o seu impacto potencial nos recursos naturais e no equilíbrio ambiental.
As autoridades judiciais já receberam as primeiras conclusões da investigação, mas o processo ainda está em curso. Em causa estão crimes contra a saúde pública, recursos naturais e o meio ambiente, bem como falsificação de documentos.
Este caso sublinha a importância da vigilância e coordenação entre diferentes organismos para proteger tanto a saúde pública como o ambiente. A colaboração entre a Guardia Civil, a GNR e a EUROPOL é um exemplo crucial de como enfrentar o tráfico ilegal de substâncias perigosas e preservar a integridade dos nossos ecossistemas.
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