David Rosa, representante das Comissões de Pescadores e População da Costa Portuguesa, foi ouvido por videoconferência, pela Comissão Parlamentar de Agricultura e Mar e expôs as suas preocupações que incluem a proibição da pesca lúdica no contexto pandémico atual e o caso do defeso do sargo na costa vicentina e sudoeste alentejano, a todos os grupos parlamentares.
O representante apelou à abertura da atividade da pesca lúdica dado que em comparação a outras atividades de desporto individual e de lazer, este desporto fica a um nível de discrepância. É o caso do surf e do golfe que são igualmente desportos individuais em espaços abertos e que não foram suspensos. O representante da comissão admite que a pesca lúdica em Portugal sente-se “injustiçada” e num patamar inferior em relação a outras atividades.
O caso do defeso do sargo foi outro tema abordado e que, segundo David Rosa afirma ao Postal do Algarve, trata-se de uma “procissão de fé que já dura há 10 anos”. Com o passar do tempo deram-se várias manifestações um pouco por todo o país, como em Vila Nova de Milfontes, Odemira e Sagres.
Relembre-se que em 2014 não foi permitida a possibilidade de revisão do plano do parque natural da costa vicentina e sudoeste alentejano para a alteração do defeso do sargo para o pescador lúdico apeado que se encontra proibido de capturar a espécie de 1 de fevereiro a 15 de março. Proibição que não se coloca à pesca lúdica submarina nem à pesca lúdica recreativa, com barco. É de sublinhar que as comissões de pesca são a favor da preservação da espécie, mas sentem-se em pé de desigualdade.
David Rosa afirma ao POSTAL que os governos nunca mostraram a avaliação nem dados científicos que estabelecessem e comprovassem a criação de áreas de restrição nomeadamente em Sines, Odemira Aljezur e Vila do Bispo. A não existência de sinalização nas áreas restritas na costa vicentina tem resultado em coimas de valores exuberantes de impacto ambiental. David Rosa refere que desde que foram criadas as áreas, a comissão lutou sempre contra as “aberrações”, mas sem qualquer tipo de respostas ou esclarecimentos.
Conforme noticiado anteriormente pelo POSTAL, Aljezur quer que Governo altere portaria de defeso do sargo. Para José Gonçalves, presidente do município, “há aqui um sentimento de injustiça porque se for necessário defender a espécie as medidas não podem ser só para os lúdicos de pesca com cana, principalmente para os que estão nas rochas, porque se forem de barco já podem pescar e, isto, efetivamente, tem de ser alterado”.
Para o autarca, é importante que os deputados e o próprio Governo “tenham a consciência da importância que a pesca lúdica tem para a economia das famílias do concelho, uma atividade que está enraizada na população há décadas”.