Apenas cinco concelhos algarvios cumprem a meta definida para as perdas reais de água nos sistemas de abastecimento público. Estima-se que os valores sejam inferiores a 20%.
Os municípios de Silves e São Brás de Alportel apresentam perdas de mais dobro do recomendado, segundo consta do Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve.
Este documento mostra que “os concelhos que apresentam valores mais elevados e perdas reais são Silves e São Brás de Alportel, com valores acima dos 40%”. No vértice oposto da equação, aparecem os municípios de Albufeira, Faro, Loulé, Portimão e Tavira, que cumprem as metas definidas.
Muitas infraestruturas de distribuição de água estão degradadas e esta pode ser a origem do problema, que acaba depois por se traduzir em ruturas e perdas reais de água.
Segundo a associação de defesa dos consumidores DECO, “as falhas na gestão e no empenho das entidades gestoras explicam, em grande parte, o facto de os valores se manterem muito similares aos do ano anterior”.
“O impacto da fraca reabilitação de condutas pode ser significativo. Avarias, falhas e perdas reais de água produzem efeitos negativos nas entidades gestoras, com o aumento dos custos de investimentos em reparações não planeadas. Mas também os consumidores e a comunidade envolvente podem ser lesados, pela possibilidade de haver acidentes provocados por rutura de condutas. Neste cenário, corre-se o risco de as perdas se associarem aos tarifários pagos pelos clientes”, refere um documento da DECO que o POSTAL consultou.
Quanto à rega agrícola no Algarve, as perdas podem atingir 40% no sistema dos concelhos de Silves, Lagoa e Portimão com Alvor a rondar os 25%. Já pelo contrário e com os valores a ficarem abaixo dos 10% encontra-se o Aproveitamento Hidroagrícola do Sotavento algarvio.
A precipitação registada no Algarve “tem vindo a diminuir ao longo dos últimos anos, nomeadamente desde 2000”, avança ainda o documento. A seca sempre foi um dos problemas da região algarvia.