Cientistas recentemente desvendaram um segredo nas células vegetais que pode ter implicações surpreendentes para entender e potencialmente reverter o processo de envelhecimento, tudo devido à função de uma proteína. Embora o corpo de Golgi seja conhecido há mais de um século, a sua conexão vital com o envelhecimento só agora foi reconhecido.
Numa investigação destinada a decifrar as respostas das plantas ao stress provocado por infeções, excesso de sal ou falta de luz, os cientistas perceberam que o corpo de Golgi, uma organela celular específica, e uma pequena proteína encarregada pela sua manutenção, desempenham um papel crucial na sobrevivência das plantas em condições adversas.
O corpo de Golgi, composto por sacos membranosos em forma de taça, age como o sistema de correio da célula, garantindo o transporte adequado de moléculas para locais específicos. A proteína COG, por sua vez, atua como o “funcionário” responsável por coordenar o movimento dessas moléculas, facilitando a ligação de açúcares a proteínas ou lípidos antes de serem transportados para outras áreas celulares.
Ao modificar plantas para suprimir a produção da proteína COG, os cientistas observaram que, quando privadas de luz solar, essas plantas começavam a mostrar sinais de envelhecimento acelerado, tornando-se amarelas, enrugadas e finas. No entanto, ao reintroduzir a proteína COG, as plantas rapidamente recuperaram a vitalidade.
Esta descoberta ganha importância ao considerar que os corpos de Golgi estão presentes em todas as células de organismos eucarióticos, incluindo seres humanos. A pesquisa nas plantas pode fornecer insights valiosos sobre o papel dessa pequena proteína na compreensão do envelhecimento humano.
Os resultados desta pesquisa foram publicados na revista Nature Plants, citada pelo site Zap.aeiou, abrindo novas perspetivas para explorar terapias potenciais que visem retardar ou reverter o processo de envelhecimento em organismos mais complexos.
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