O cantor e compositor Pedro Abrunhosa manifestou esta madrugada a sua revolta e consternação sobre a “Operação Marquês”.
“Não posso ficar em silêncio. Hoje a Justiça perdeu uma soberana oportunidade de se reafirmar como pilar central da Democracia ao não punir as vilezas e iniquidades mergulharam Portugal na falência económica e social vigente”, partilhou o músico nas redes sociais.
Em tom acusatório, salienta que “nunca os mais desprotegidos, os pobres, os trabalhadores, os que cumprem com os seus deveres fiscais foram tão insultados no pós 25 de Abril: ilibar, por deficiências processuais, Sócrates e Salgado dos crimes de corrupção, é passar uma carta branca ao roubo institucional”.
Para Pedro Abrunhosa, perdeu-se uma “oportunidade de ouro de vincar uma Justiça imune ao peso político e financeiro, uma viragem para um tempo novo no qual aos poderosos não é permitido cuspir na sopa”.
“Acabou por ser uma entrega de bandeja aos popularuchos de discurso vazio que se espezinham para trepar ao poleiro do gamanço”, afirma o artista salientando: “O que poderia ser o fim da corrupção como regime pode bem ter sido o fim da Democracia, decapitada pela instituição que mais a deveria defender: a Justiça. E há muitas razões o para alarme social: guardem as pratas e fechem as portas – os vilões estão à solta. Uns esperam voltar ao poder. Outros esperam saqueá-lo”.