Os trabalhadores da Quinta da Balaia e do Villas d´Água, em Albufeira, cumpriram, na passada segunda-feira um dia de greve. A greve foi impulsionada, segundo o comunicado enviado pelo Partido Comunista Português (PCP), “pelo pagamento dos salários em atraso, feriados e folgas trabalhadas” e pelo “cumprimento dos demais direitos consagrados na contratação coletiva.”
De acordo com o comunicado, “chegaram a ser 3 meses de salários em atraso, estando neste momento em causa o pagamento do salário” referente aos meses de agosto e setembro e do “trabalho prestado em dias de folga e feriado”, que “também estão em dívida.”
Segundo testemunhos dos atuais e ex-trabalhadores destes estabelecimentos, a falta do pagamento de salários e o incumprimento de outros direitos dos trabalhadores tem sido algo que se verifica ao longo dos últimos anos, “tendo havido trabalhadores que saíram da empresa sem terem sido remunerados.”
As administrações das unidades hoteleiras tem justificado os atrasos que se verificam, atualmente, nos pagamentos de salários à crise causada pelo COVID-19.
“Neste momento, o surto epidémico está a servir de (desculpa) para os ataques aos direitos dos trabalhadores da Hotelaria no concelho de Albufeira, como se verificou nos últimos tempos no Villanova Resort, Hotel Alfamar, Paladim, INATEL, e agora nos empreendimentos turísticos Quinta da Balaia e Villas d’Água”, afirmou o partido.
É, neste sentido, que “o PCP considera esta situação inaceitável e exigirá do governo, por via do Grupo Parlamentar do PCP, uma rápida intervenção e esclarecimentos sobre esta situação.”
Desde o início da crise provocada pela pandemia, que o “PCP tem vindo a exigir a proibição dos despedimentos e o pagamento dos salários a 100%, não apenas para assegurar a sobrevivência de milhares de trabalhadores, mas também como passo importante para garantir a retoma da atividade económica em Portugal.”
“Não é aceitável que num sector – o Turismo – que atingiu nos últimos anos lucros fabulosos na região do Algarve, sejam os trabalhadores os que pagam as consequências” da pandemia, declaram.
O PCP pretende reafirmar a solidariedade com a luta destes trabalhadores em prol dos salários, dos postos de trabalho e dos seus direitos e reafirmar “uma vez mais a necessidade de uma outra política que valorize o trabalho e os trabalhadores.”