O Centro de Congressos do Arade, um dos maiores equipamentos culturais do Algarve, foi declarado insolvente depois de acumular um passivo de cerca de sete milhões de euros, dívida que já se arrastava pelo menos desde 2014.
Num edital datado de terça-feira, a que a Lusa teve acesso, pode ler-se que no dia 24 de agosto “foi proferida sentença de declaração de insolvência do devedor: Pavilhão do Arade, Congressos, Espetáculos e Animação do Arade”, decisão que pode ser objeto de recurso no prazo de 15 dias.
Inaugurado em 2017, o Pavilhão do Arade foi erguido numa antiga fábrica de conservas de peixe na vila do Parchal, à beira do rio Arade, em Lagoa (distrito de Faro), na altura sob o impulso do programa “Allgarve”, criado pelo Governo em 2006 para promover o turismo algarvio e que terminou no final de 2011.
Com uma área total de 9.000 metros quadrados e dotado de um auditório com capacidade para 1.000 pessoas, a obra foi financiada por investidores públicos, entre os quais as Câmaras Municipais de Lagoa, Monchique e Portimão e a Região de Turismo do Algarve (RTA), e também por privados.
Contactado pela Lusa, o presidente do Conselho de Administração do Pavilhão do Arade, João Fernandes – que detém o cargo por inerência como presidente da RTA -, disse não considerar “oportuno” prestar declarações, face ao facto de o processo “estar ainda a tramitar legalmente”.
Outra fonte ligada ao processo referiu à Lusa que os principais credores da dívida são o Santander e o Novo Banco.
De acordo com a mesma fonte, o Processo Especial de Revitalização (PER) que tinha sido aprovado em 2016 para pagar a dívida “não foi cumprido” e o Novo Banco “vendeu os créditos a um fundo de gestão imobiliária”.
A escassos quilómetros do pavilhão agora declarado insolvente situa-se o Portimão Arena, equipamento também vocacionado para o segmento dos eventos e congressos.