A passagem de nível encerrada em Outubro na cidade de Olhão vai ser reaberta dentro de dias, de forma provisória, voltando a ser encerrada quando forem feitas melhorias à passagem desnivelada, disse hoje o presidente da Infra-estruturas de Portugal.
“Tínhamos aqui três ordens de problemas e tentámos resolvê-los a todos. Por questões de segurança, esta passagem de nível deve ser encerrada no futuro, mas para ser encerrada tem que se assegurar que existem condições alternativas para que as pessoas (…) possam fazer o circuito que, na forma como estava, não facilitava”, disse aos jornalistas o presidente da empresa resultante da fusão entre a Estradas de Portugal e a Refer, António Ramalho.
Este responsável falava depois da assinatura de um protocolo entre a empresa e a Câmara de Olhão, que prevê que um projecto conjunto de melhoria da passagem desnivelada seja implementado, financiado até 150 mil euros pela Infra-estruturas de Portugal, enquanto a vigilância humana da passagem de nível reaberta durante o período de obra estará a cargo da autarquia.
“Temos aqui uma solução equilibrada e com bom senso porque estão garantidas, em primeiro lugar, as condições de segurança a que a Refer se vê obrigada e que fazem parte da sua missão. Fica também garantida uma solução de mobilidade com conforto para que os olhanenses consigam atravessar a passagem desnivelada em boas condições”, afirmou, por seu lado, o presidente da Câmara de Olhão, António Pina.
Encerramento da passagem de nível foi alvo de contestação
António Ramalho realçou que se está “a breves dias da reabertura, a breves dias de se conseguir concluir o projecto conjunto para que se tenha uma solução que seja do agrado da Câmara Municipal e dos seus utilizadores”.
Quando completado o projecto, está previsto que a passagem de nível pedonal venha a ser encerrada através de portões que, caso o mau tempo venha a dificultar o acesso à passagem desnivelada, serão abertos por ordem da Protecção Civil, realçaram as duas partes.
O dirigente da Infra-estruturas de Portugal disse que esperam que a obra possa realizar-se “num prazo razoável”, mas não arriscou um calendário, acrescentando que “vai demorar o tempo que tiver de demorar, de acordo com a contratação publica e os seus princípios de funcionamento”.
Durante a apresentação do protocolo, António Ramalho chamou a atenção para as várias infracções que se registam na linha do Algarve, em termos de peões que atravessam a via em locais onde tal é proibido, algo que considera ser fruto da “falta de hábito das pessoas”, mas, também, do “excesso de confiança que as pessoas têm na relação com o comboio”.
Em Olhão passam 26 comboios diariamente, 13 em cada sentido, num máximo de velocidade de 90 quilómetros por hora, sendo o controlo da via feito à distância através da extensão de Faro do Centro de Comando Operacional de Setúbal.
O encerramento da passagem de nível entre a Avenida Dr. Bernardino da Silva e a Avenida da República, junto ao centro da cidade, foi alvo de contestação quer por parte da população quer por parte das autoridades locais.
Já em Fevereiro, a Junta de Freguesia de Olhão admitiu levar a tribunal a Refer, agora Infra-estruturas de Portugal, para exigir que uma passagem de nível pedonal fosse reaberta.
(Agência Lusa)