O PAN – Pessoas-Animais-Natureza questionou a autarquia de Olhão, na última sessão da assembleia municipal, sobre se existe “um problema de superpopulação de animais abandonados, algum programa de identificação, localização e contabilização das colónias e se está a ser implementado o programa de Captura – Esterilização e Devolução (CED) no município?”
Passadas duas semanas, sem que tenha chegado ao PAN e aos olhanenses qualquer resposta concreta com números e dados atuais, a informação que temos por parte das associações e movimentos de cidadãos, “é que sim: existe um grave problema de superpopulação de animais errantes no município. Um problema crescente associado à falta de medidas de controlo populacional ético. Embora muitas colónias já tenham sido identificadas pelas associações, informação a que a Câmara tem acesso, há mais de três anos, que não é implementado o programa CED por parte da autarquia”, afirma o PAN.
“Até agora a quase totalidade do trabalho desenvolvido nesta área está a ser feito por uma associação local e muitos munícipes dedicados. Ora, as posições estão invertidas. A intervenção diária no concelho e a implementação de medidas de acompanhamento deve ser responsabilidade da Câmara Municipal. Também, o financiamento às associações é manifestamente curto. Está muito longe de conseguir suprir todas as suas necessidades e aquilo que se revela necessário para que o município possa finalmente tornar-se um exemplo de boas práticas em proteção e bem-estar animal”, acrescenta.
“Quem recolhe, trata e se preocupa com os animais deixados ao abandono e os transporta até às clínicas veterinárias e os devolve neste momento não é quem tem a responsabilidade para tal, mas sim, as associações, grupos informais, cuidadores e tratadores. Em 2007, num programa televisivo, transmitido em direto, foi anunciado o novo canil municipal, estamos em 2019 e o mesmo nunca passou de uma promessa”, lê-se num comunicado.
O PAN reforça que “é urgente criar um compromisso para reativar o programa CED a partir de setembro com empenho total da autarquia, atribuindo um financiamento associativo coerente com a realidade, e disponibilização de pessoas e meios, em vez de contar apenas com o trabalho e boa vontade das associações e grupos informais de cuidadores voluntários”.
É também fulcral “rever, com o envolvimento de quem está a par da realidade, o projecto do novo Centro de Recolha Oficial de Animais (CROA) para que esteja de acordo com as reais necessidades do município e princípios de Bem-Estar Animal”.
Importa salientar que o PAN está disponível, “como sempre, para apoiar e colaborar com a autarquia, associações, grupos informais de cuidadores e tratadores para um compromisso sério de resolver este e outros problemas do concelho de Olhão”.
(CM)