“A situação é transversal às escolas, do Norte do Sul”, refere o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira em entrevista.
O responsável garante que “é a nível nacional e todas as escolas têm alguns casos em que encarregados de educação se recusaram a assinar o documento que têm que assinar, quando recebem um computador emprestado”.
Esta atitude é causada por diversas razões: pode ser pelo facto de terem obtido “um computador e de não precisarem do empréstimo do Ministério da Educação”, mas também “há alguns casos em que encarregados de educação se recusaram a assinar, porque não querem assumir a responsabilidade de receber um computador e terem que o devolver, no final do ciclo do filho, nas mesmas condições”.
Manuel Pereira frisa na entrevista à Renascença que esta ação “é um empréstimo, as pessoas têm que se comprometer a devolver o computador”.
ESCOLAS TÊM DE COLOCAR NUMA PLATAFORMA OS COMPUTADORES QUE RECEBEM
A atitude dos pais e encarregados de educação acaba por “criar problemas às escolas, porque estas têm que arranjar forma, depois, de tentar entregar esses computadores a quem realmente precisa e isso não é decisão que as escolas possam tomar”.
“As escolas têm que colocar numa plataforma do Ministério da Educação os computadores que receberam. É colocado na mesma plataforma, nominalmente, a quem os computadores foram entregues e também tem que ser colocado na plataforma a digitalização do documento em que o encarregado de educação diz que não está interessado em receber o computador”, explica Manuel Pereira. De seguida, só depois de este processo concluído, é que a escola pode “propor na plataforma a entrega do computador a um outro aluno apoiado pela ação social escolar e, naturalmente, o Ministério da Educação dirá que ‘sim’ ou que ‘não’”.
Este é um processo “extremamente burocrático e complicado, especialmente porque as escolas têm muitas atribuições, muitas obrigações e muito trabalho”, conclui o responsável.