A Orquestra Clássica do Sul vai dar um concerto em Paderne, Albufeira, no próximo dia 16, com obras de Mozart, Gounot e Beethoven. A iniciativa, que está marcada para as 21.30 horas, na Igreja Matriz, vai ser dirigida pelo maestro titular Rui Pinheiro. Entrada livre.
O concerto inclui obras de Mozart, Gounod e Beethoven, de acordo com o seguinte programa: W. A. Mozart (1756-1791) – Adágio e Fuga em Dó menor K 546; C. Gounod (1818-1893) – Pequena Sinfonia – I. Adagio et Allegretto, II. Andante cantabile, III. Scherzo. Allegro moderato, IV. Finale. Allegretto; L. V. Beethoven (1770-1827) – Sinfonia Nº 1 em Dó Maior, Op.21 – I. Adagio molto – Allegro con brio, II. Andante cantabile com moto, III. Menuetto: Allegro molto e III. Adagio – Allegro molto e vivace.
Mozart ficou fascinado com a polifonia de Bach; recuperou várias das fugas para cordas do compositor e ele próprio compôs algumas, muitas das quais só nos chegaram através de fragmentos. A complexa “Fuga em Dó menor” nunca poderia ser confundida com uma composição de Bach, mas é possível sentir Mozart a prestar homenagem e, simultaneamente, a reproduzir a grandiosidade do Barroco. Alguns comentadores têm sugerido que a versão original para dois pianos da “Fuga, K. 426” não é pianística. Como que a dar-lhes razão, Mozart readaptou-a para quarteto de cordas (ou orquestra de cordas) em Junho de 1788, juntando uma ‘introdução’ que designou por ‘curto Adágio’. Deste modo, o resultado final ‘Adagio e Fuga em Dó menor, K. 546’ é um acrescento invulgar ao cânon de quartetos de cordas de Mozart, encostado ao “Quarteto de Hoffmeister, K. 499” entre os “Seis Quartetos de Cordas Dedicados a Haydn” (1782-1785) e o trio final dos chamados “Quartetos Prussianos” (1789-1790).
Digno e solene, o “Adagio” lembra as antigas aberturas francesas, com o seu ritmo ponteado. A fuga em quatro partes, marcada como “Allegro” apresenta-se repleta de efeitos barrocos: stretto, inversão, aumento. O tema abraça duplamente um elemento de fulgor e de resignação, acabando por ser profundamente mozartiano, apesar da sua fonte de inspiração barroca.