O concelhos de Olhão é o concelho pioneiro na região do Algarve na adopção de receitas médicas sem papel, um modelo que se está a testar em diversos locais a nível nacional e que se pretende venha no futuro a substituir gradualmente as receitas médicas em suporte papel.
De acordo com a Administração regional de Saúde do Algarve (ARS Algarve), “os profissionais de saúde das Unidades de Saúde Familiar (USF) Mirante e a Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de Olhão, do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) iniciaram este mês a implementação do novo modelo de receita sem papel, em estreita articulação com os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, EPE e o Núcleo de Sistemas de Informação e Comunicação da ARS Algarve”.
O arranque experimental deste novo modelo na Região de Saúde do Algarve foi testado ao longo do dia 3 de Fevereiro pela primeira vez pela equipa de profissionais destas unidades do Centro de Saúde de Olhão, “com sucesso, estando previsto a sua implementação gradual nas restantes unidades da região até ao final do primeiro trimestre deste ano”, acrescenta a informação veiculada no sítio oficial da ARS na internet.
De acordo com a mesma informação, “Susana Pereira Costa, da USF Mirante, uma das médicas que experimentou o novo modelo, destaca as mais-valias deste sistema, quer para os profissionais quer para os utentes: «Funciona muito bem, é fácil e intuitivo e user friendly, é uma enorme simplificação e torna o processo mais rápido. Para os utentes, mesmo aqueles mais resistentes à mudança, é muito atrativo, visto que é possível emitir uma guia de tratamento mais simplificada do que a receita atual, o que o torna num bom sistema de transição», explica a médica, acrescentando que simultaneamente «vai diminuir as vindas ao centro de saúde por motivo de perda de receita»”.
“Maria da Conceição Mendonça, uma das primeiras utentes a usufruir deste sistema na consulta com o seu filho Paulo, onde recebeu a prescrição eletrónica médica (receita) através de SMS para o seu telemóvel, mostrou-se bastante satisfeita com este novo modelo «mais fácil e que permite ultrapassar as barreiras das burocracias do papel», tendo já aviado a receita na farmácia”, continua a informação dada pela ARS.
O que é a receita sem papel ou electrónica?
A «Receita sem Papel», ou «Desmaterialização Eletrónica da Receita», é um novo modelo eletrónico que inclui todo o ciclo da receita, desde da prescrição no médico, da dispensa na farmácia e conferência das facturas no CCF (Centro de Conferência de Facturas). Este projeto visa a substituição gradual da receita em papel, através do envio de dados em circuito eletrónico.
Podem receitar-se mais do que um medicamento em cada receita?
Sim. O novo modelo eletrónico permite a prescrição em simultâneo de diferentes tipologias de medicamentos, ou seja, a mesma receita poderá incluir, por exemplo, fármacos destinados à diabetes e outros tratamentos não comparticipados.
Este novo sistema traz vantagens para o utente, já que todos os produtos de saúde prescritos são incluídos num único receituário, o que não acontecia no passado.
Tenho de ‘aviar’ a receita integralmente na farmácia?
Não. No acto da dispensa nas farmácias, o utente poderá optar por aviar todos os produtos prescritos ou apenas parte deles, sendo possível levantar os restantes noutro estabelecimento e/ou noutro dia.
Como funciona?
O médico prescreve a receita através de um sistema informático próprio e o cidadão portador do seu cartão de cidadão pode despachar a mesma na farmácia.
Em qualquer farmácia o cidadão apresenta o seu cartão do cidadão e a receita está arquivada electronicamente numa base de dados. Assim o farmacêutico tem acesso às receitas emitidas para aquele cidadão.
A Receita sem Papel inclui um «Código de acesso e dispensa» fornecido apenas ao utente, para validação da dispensa dos fármacos.